Antes de
começar propriamente, eu trouxe aqui 2 volumes enormes, porque todas as nossas
aulas são baseadas sobre isto: A Septuaginta. Estes 2 volumes são o
texto mais antigo do Gênesis que nós possuímos, atualmente. Não está em
hebraico como o original. Está em grego. A Septuaginta são 2 volumes
editados pelo Instituto Bíblico de Stuttgart- Alemanha, com o texto
grego do Antigo Testamento completo. Nós não temos o texto hebraico, mas temos
o texto grego que vem de 300 anos antes da era cristã, o texto mais antigo que
possuímos. Porque o Antigo testamento foi escrito em1500 anos aC, mas, 300 anos
aC foi feita a tradução para o grego, em Alexandria, na África. Alexandria era
o grande centro de cultura helênica daquele tempo. Hoje está um montão de
ruínas.
Eu estou me
referindo muito a isto porque é igual ao texto hebraico de Moisés, e do Antigo
Testamento. Outra coisa, eu estou me referindo muitas vezes às coisas sobre a
origem do homem, em relação à filosofia oriental, porque é evidente que Moisés
conhecia muito bem a filosofia oriental. Ele usa muitas palavras sânscritas e
provavelmente ele esteve na Índia. Toda esta história da árvore da vida de que
vamos falar daqui a pouco é toda da Índia. A árvore da vida é a coluna
vertebral.
E Moisés
usa os mesmos termos. Por isso convém estar a par das coisas. Todos conhecem
esta posição de meditação. A posição que os hindus usam em meditação, mostrando
as duas árvores: A árvore do conhecimento do bem e do mal embaixo e a árvore
da vida em cima. É a coluna vertebral. Muitos já conhecem esta posição de
flor de lótus. E quando alguém está em perfeito samadi, em alto êxtase,
que é o ponto culminante da meditação espiritual. É exatamente isto que
tirei deste livro aqui.
Aqui, está perfeitamente a posição
dos olhos, ligeiramente voltados pelo nariz. A posição
das pálpebras cortando a metade das pupilas.
É bom saber isto, porque nós
temos que nos referir muitas vezes a isto. No alto da cabeça desta figura está
o lótus de 1000 pétalas. O lótus de 1000 pétalas é uma irradiação
do cérebro, quando nós estamos em alta concentração, em meditação, em samadi,
em êxtase, em satori como dizem os zen-budistas. Então, o nosso
cérebro irradia ondas cósmicas que os hindus chamam a flor de lótus de
1000 pétalas; uma espécie de irradiação luminosa. Às vezes esta irradiação
luminosa do cérebro se torna visível em forma de aura, envolvendo luminosamente
a cabeça. Aura, cujo diminutivo é auréola (do latim). Nós fazemos as auréolas,
nas cabeças dos santos. E às vezes todo o corpo fica circundado de luz.
São irradiações cósmicas dos nervos e do
cérebro porque o nosso cérebro está todo penetrado de nervos. Começa sempre ao
redor do cérebro a irradiação. Começa em forma de auréola luminosa ao redor da
cabeça. Pouco a pouco, toma conta de toda coluna vertebral que são os feixes de
nervos, e irradia por todo corpo.Os hindus sabiam disto, porque eles tinham uma
cultura de 7000 anos, cultura muito espiritual. E representa isto deste modo.
Agora vamos
retomar o fio, vamos repensar o que Moisés
pensou 3 500 anos antes da nossa era.
Quando Moisés concebeu
por intuição cósmica, a origem do universo e a origem da humanidade, ele estava
como eu já disse, na Arábia, entre 40 e 80 anos. Ele fugiu do Egito com 40
anos. Até 40 anos ele viveu na corte do faraó. E ele foi expulso do Egito
porque ele quis libertar o povo escravizado. Havia 400 anos que estava
escravizado e ele queria libertar o povo, mas os faraós não queriam deixar
partir o povo, porque eram bons operários. Construíram tantas coisas no Egito e
Moisés queria libertá-los do poder do faraó. Isto foi considerado subversão.
Ele era um subversivo, e quem quer libertar um povo sujeito a outro povo,
naturalmente é um Tiradentes, e tem que ser enforcado, mas aconteceu a coisa
mais estranha. Todos os príncipes do Egito queriam que Moisés fosse morto. Pena
de morte para os subversivos!
Foi o maior beneficio
que o faraó fez a Moisés, se não fosse isto, nós não teríamos nem o Gênesis.
Porque Moisés foi para a solidão...caminhou, caminhou...até a Arábia, para a
Ásia, portanto, para o oriente médio. E se tornou pastor do seu futuro sogro
Ietro. E foi pastor durante 40 longos anos, guardando os rebanhos, lá nas
estepes da Arábia. E, lá se tornou tremendamente intuitivo, porque a solidão
favorece à intuição, é sabido. A sociedade favorece à análise, às conversas e
aos pensamentos, mas, a solidão favorece à experiência cósmica. Na solidão, a
gente deixa de ser ego-pensante e se torna pouco a pouco cosmopensado.
Como eu digo
isto? Quando nós não pensamos mais por nossa conta, nós somos pensados, pela
própria Alma do Universo, então nós somos intuitivos. E Moisés se tornou
tremendamente intuitivo e cosmo-pensado, na solidão da Arábia. E, lá ele
escreveu o Gênesis. O que ele viu nas suas visões cósmicas, ele procurou dizer
em palavras humanas, em hebraico daquele tempo. Mas, naturalmente uma intuição
cósmica não se pode reproduzir em
pensamentos analíticos. Nunca dá certo. De maneira que a gente tem que usar
parábolas. As grandes coisas sempre são expressas em parábolas.
Jesus usou
mais de 30 parábolas para dizer o que era o reino de Deus. O reino de Deus é
semelhante a isto, o reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda... O
reino de Deus é semelhante a uma festa de núpcias... o reino de Deus é
semelhante a uma rede de pescadores. São parábolas, são comparações e
alegorias.
E, Moisés fez
a mesma coisa. Então, ele descreve como é que o homem apareceu neste mundo, mas
nós não devemos tomar isto ao pé da letra. As parábolas têm que ser
adivinhadas, interpretadas e não podem ser analisadas intelectualmente. Então,
Moisés conta que os Elohim (as Potências, ele não usa a palavra Deus,
ele diz sempre, os Elohim), as Potências Cósmicas, resolveram crear o
homem, porque ele já tinha creado muitas outras creaturas. Já havia creaturas
minerais, creaturas vegetais, creaturas animais, mas não havia homem sobre a
face da terra. Então, os Elohim, as Potências Cósmicas, resolveram crear
uma outra creatura, diferente daquelas que já existiam; mas, serviram-se de uma
creatura já existente para lhe comunicar o espírito dos Elohim.
Bem, é bom
dizer que estas duas palavras ocorrem sempre aqui na Septuaginta grega. A Psyché
da vitalidade e a Zoé da espiritualidade. Outra palavra que ocorre
logo, paradeisos, que nós chamamos paraíso e que o latim chama paradisus,
quer dizer, viveiro. Bom, paraíso é viveiro, paradeisos,
em grego. Outra palavra que ocorre no Gênesis é Éden. Nós sempre
pensamos que o Éden fosse um jardim bonito, muito bem plantado. Uma
espécie de sítio cheio de árvores, e que Deus pôs o homem no Éden. O Éden
não é nenhum lugar. O Éden quer dizer gozo, em grego. Hoje em dia se
chama Hedoné. Os Hedonistas
no tempo da escola de Epicuro, eram chamados os gozadores. E hoje
em dia, quando o homem só pensa em prazeres, em gozos, dizem: é um hedonista.
E todo mundo
pensa que o viveiro do gozo é um lugar muito bonito, uma chácara, um sítio,
mas, o Gênesis não supõe que isto seja um lugar. Ele supõe que era o corpo
humano. Colocaram o espírito divino dentro do corpo humano e o corpo humano é
chamado, o viveiro do gozo. Não se esqueçam disto. O corpo humano no Gênesis é
chamado por Moisés o viveiro do gozo, o paradeisos, Éden, em grego.
A Vulgata
latina que traduziu do grego, 200 anos depois de Cristo, não usa a palavra Éden.
Põe sempre gozo em vez de Éden. Fez muito bem, porque Éden não é
palavra latina. É palavra grega. Então a Vulgata que é latina, diz: “Os Elohim
puseram o homem no viveiro” – diz voluptatis, em latim. No viveiro
do gozo, no viveiro do prazer. No viveiro de delícias. Paraíso é viveiro e Éden
é gozo. No paraíso do gozo, ou viveiro do gozo.
Então,
continuando, Moisés diz: E quando o espírito tinha sido colocado no viveiro do
gozo, os Elohim disseram: “Neste viveiro há duas árvores, uma é a
árvore do conhecimento do bem e do mal, e a outra é a árvore da vida.” Está lá. no Gênesis. Duas
árvores estavam no meio do viveiro, no meio do paraíso do gozo. Uma árvore era
a árvore do conhecimento do bem e do mal e a outra árvore era a árvore da vida
eterna. Agora nós sempre pensamos que eram duas árvores, uma árvore plantada
aqui e outra, plantada lá.
Moisés não
fala absolutamente de árvores. O que é que ele chama árvores? Duas faculdades
do corpo humano. Uma faculdade material e uma faculdade espiritual, ele chama
árvore. Vamos ver se podemos descobrir o sentido das duas árvores. Então, o
Gênesis diz que as duas árvores, ambas estavam plantadas no meio do viveiro.
Quer dizer, as duas árvores estavam plantadas no meio do nosso corpo, porque o
viveiro é o nosso corpo. Não é nenhum lugar geográfico. É o nosso corpo que é o
viveiro da alma.
A nossa alma foi
plantada dentro do viveiro do nosso corpo. E no viveiro do nosso corpo, as duas
árvores, uma embaixo e outra bem em cima, mas, ambas estão no centro. Não podia
estar no mesmo lugar, mas pode estar na mesma linha vertical. Isto é o que
Moisés quis dizer. Agora vamos ver se descobrimos as duas árvores de que fala
Moisés. A mais misteriosa é sempre a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Tem-se
escrito uma literatura inteira, há dois mil anos, para saber o que Moisés quis
dizer com a árvore do conhecimento do bem e do mal. Porque os Elohim disseram:
“vós não deveis comer do fruto desta árvore”. É proibido comer do fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal. “E se comerdes do fruto desta
árvore, morrereis”. Deveis comer do fruto da árvore da vida, mas não do
fruto da árvore conhecimento do bem e do mal. E nós estamos boiando, o que
Moisés quis dizer? Por que ele não falou mais claro? Bem, a gente não pode
falar claro quando tem visões. Quem tem uma visão cósmica, e depois quer dizer
aos outros o que ele viu, não pode dizer nada.
São Paulo teve isto, ele
foi arrebatado ao terceiro céu e lá ele ouviu ditos indizíveis. Imagine! Ditos
indizíveis! Paulo de Tarso! Ditos que ninguém pode dizer! Ele tentou dizer, mas
não conseguiu dizer. E Jesus usa sempre a mesma coisa. O reino de Deus é
semelhante a...Nunca diz o que o reino dos céus é. Nunca se pode dizer aos
profanos o que é o reino dos céus. O místico que teve experiência do reino dos
céus sabe o que é, mas, um bando de profanos que não teve vidências místicas,
ouve e não entende nada. Então Jesus sempre usava parábolas. E Moisés usa
parábolas dizendo: “Havia duas árvores no viveiro do gozo” , que é o
nosso corpo.
Ambos dão gozo: A
primeira árvore dá gozo e a segunda árvore também dá gozo. Mas, ele diz que os
Elohim tinham proibido ao homem de comer do fruto da primeira árvore, que
era a árvore do conhecimento do bem e do mal. Que é isto? Árvore do
conhecimento do bem e do mal? Estava no meio do viveiro das delícias. No meio,
portanto, no meio do corpo, mas, uma árvore estava no meio em baixo, e outra no
meio em cima. Moisés faz claramente ver isto.
Vamos ver o que é a
árvore do conhecimento. Esta palavra conhecer é uma palavra bíblica que ninguém
compreende. A Bíblia constantemente usa a palavra conhecer quando fala de
relações sexuais. Constantemente! Veja lá: Adão conheceu sua mulher e ela
concebeu. Teve relações sexuais com ela e ela concebeu. Está no Gênesis,
conhecer se chama isto, conhecer é ter relações sexuais.
Ela não quer dizer que
não conhece mentalmente. Ela conhecia José, do contrário, não seria noiva de
José. Ela quer dizer: “-eu não tenho relações sexuais com nenhum homem.”
Isto está lá, no Evangelho. Ela usa a palavra conhecer, em vez de dizer: “-Eu
não tenho relações sexuais com nenhum homem, e por isso não posso ser mãe”.
Então, quando vem a resposta do anjo, aquele tal varão divino (Gabri é
varão – El é Deus; varão de Deus, aquele que fez a anunciação)...
Quando o homem de Deus
lhe explica que ela não precisa ter relações sexuais, mas, que ela será
fecundada por uma vibração superior, a vibração do mais alto grau sobre ti,
então, ela consente em ser mãe, mas, sem relações sexuais. Outra vez ela usa a
palavra conhecer. Quer dizer, a árvore do conhecimento é a árvore da
sexualidade.
A Bíblia usa
constantemente conhecer em vez de sexo. Precisa saber disto, senão vocês não
entendem nada. Então, os Elohim disseram: “Não deveis comer do fruto
das coisas sexuais, porque o fruto disto dá corpo mortal,” mas, é evidente
que pelas relações sexuais nós só podemos dar vida ao filho, mas, não podemos
dar vida imortal. Ninguém pode criar um corpo imortal pelo sexo. Ele vive
tantos anos e depois morre. E o nascimento e a morte, no Gênesis, são chamados
o bem e o mal. Esta é a árvore do conhecimento do bem e do mal. O bem é o
nascimento e o mal é a morte.
As relações
sexuais somente dão vida temporária, não dão vida imortal. Nascer e morrer são
os dois limites da vida criada pelo corpo masculino e feminino. Nenhuma relação
sexual pode dar vida imortal. Isto não existe. Então, Moisés disse: “se
comerdes do fruto do sexo sereis mortais, e vossos filhos também serão mortais”,
mas os Elohim queriam que os homens fossem imortais. Aqui está o grande
mistério. Os animais eram mortais. O animais não pode gerar uma prole imortal.
E o homem que comeu apenas do fruto do sexo não pode gerar um filho imortal,
mas, os Elohim queriam que o homem fosse imortal. Não somente no
espírito, mas também no corpo. Nós sempre pensamos que imortalidade se refere
somente ao espírito.
Não é
verdade, o Gênesis sempre supõe que o corpo do homem seja imortal, mas, uma
geração masculina e feminina não pode produzir um corpo imortal. Mas, o Gênesis
quer que haja homens imortais. Depois vem, como é que o homem se pode fazer
imortal, não só espiritualmente, mas
também fisicamente imortal?
De vez em quando aparece no Antigo Testamento
um homem imortal em corpo. Poucos aparecem aí. De Enoc, diz a Bíblia que
ele nunca morreu. Ele foi transformado em outro corpo. De Elias, a
Bíblia diz a mesma coisa. Ele foi arrebatado às alturas numa chama de fogo que
eram nuvens de fogo e que o povo diz: “são rodas de um carro”.
Interpretou as nuvens de fogo em que se transformou o corpo de Elias, dizendo:
“foi arrebatado ao espaço por um carro de fogo.”
Era um
fenômeno luminoso que transformou o corpo material num corpo astral. E o povo
viu isto como um carro de fogo. De Moisés, a mesma coisa. Diz que quando Moisés
tinha 120 anos, em plena juventude (a Bíblia insiste que Moisés nunca
envelheceu, nem com 120 anos, 40 anos no Egito, 40 anos na Arábia, e 40 anos na
peregrinação para a terra santa)...com 120 anos, ele subiu ao Monte Nebo, na
fronteira de Canaã, olhou aquela terra que lhe tinha sido prometida e nunca
mais voltou. E, nunca foi encontrado o corpo dele.
O que é que
aconteceu com Moisés? Ele se astralizou, é claro. Ele se desmaterializou e
transformou o seu corpo material num corpo astral. O corpo astral é um
verdadeiro corpo, mas, é feito de pura energia. Não de energia congelada, que é
matéria como diz Einstein, mas, de matéria descongelada que é pura energia.
Astral quer dizer energia. Então, o corpo de Moisés se desmaterializou e se
astralizou até hoje. Isto foi em 1500aC. E no tempo de Jesus ele reaparece.
Quer dizer,e 1500 anos depois de se ter desmaterializado, Moisés aparece no
Tabor, na transfiguração de Jesus. Aparece ele e outro imortal. Elias também
aparece aí. E os 3 apóstolos que estavam lá, Pedro, Tiago e João viram Moisés e
Elias flutuando no espaço, todos em corpos astrais, vivos, mas, não com corpo
material. Eles viram neste momento os corpos astrais no Tabor. Isto a Bíblia
conta: Enoc, Elias e Moisés já se
imortalizaram na vida presente. Os seus corpos, não só os seus espíritos.
Será que isto, nunca mais aconteceu? É claro
que aconteceu. Quem leu este maravilhoso livro de Paramahansa Yogananda, “Autobiografia
de um iogue”... aquele Babaji, aquele grande iogue do Himalaia, lá
da Índia, nunca morreu. Há trezentos anos que está aparecendo e desaparecendo.
Desapareceu sem morrer. Desmaterializou seu corpo pelo poder do espírito. E às
vezes ele reaparece, reúne seus discípulos lá no Himalaia, fica um mês inteiro
com eles, dá instruções. Babaji... depois diz: “Agora chega, vou-me
embora”. E de repente, ele se volatiliza, e não se vê mais nada dele. E
depois de algum tempo, reaparece outra vez em corpo físico, em corpo material.
Isto está lá escrito muito bem por Paramahansa Yogananda.
E, na Europa,
não acontece? No tempo da revolução francesa, eu tenho um livro inteiro sobre
isto, vivia sempre nas cortes da França, um conde, o Conde de Saint Germain.
Era um homem muito rico e eternamente jovem.
Sempre aparecia com a idade de 40 a 45 anos. Sempre no mesmo aspecto de
40 a 45 anos. Muito rico, o Conde de Saint Germain dava-se muito bem com
os reis e as rainhas da França; e preveniu que eles iam ser mortos e
guilhotinados se não mudassem de regime. E nós sabemos o que aconteceu na
revolução francesa. Todos os reis foram massacrados e as rainhas, Maria
Antonieta e outras, guilhotinadas barbaramente; porque a realeza tinha acabado,
e a democracia estava começando.
Isto foi em
1780, ou 90, por aí (Maria Antonieta foi morta em 1793). Faz quase 200 anos
agora. Lá vivia o Conde de Saint Germain. Falava com as rainhas e com os
reis. Era muito rico. Usava muitas jóias, diz o texto. Ele fabricava jóias pelo
poder mental; magia mental era coisa conhecida de Saint Germain. Quando
ele queria ouro ele fazia ouro. De qualquer material ele fazia ouro. Alquimia
mental. Quando ele queria um diamante ou um brilhante precioso, ele fazia de
qualquer substância, sobretudo de carvão. E quando ele queria pedras preciosas Saint
Germain fazia. Ele andava muito bem vestido. Usava muitas pedras preciosas,
mas não era apegado.
Quando alguém
queria, ele dava imediatamente, de graça, qualquer pedra preciosa, qualquer
diamante, qualquer jóia, ele dava. Era muito liberal. Ele tinha um poder imenso
de fazer jóias. Ele aparecia sempre nas cortes e preveniu os reis e as rainhas
da França que mudassem de regime, porque estavam na véspera de uma grande
catástrofe. Ele sabia da revolução francesa que foi uma coisa bárbara. Ele
falava 12 línguas, correntemente, sem nunca ter aprendido nenhuma. O francês
dele era com acento piemontês O Piemonte fazia parte da França. Ele tinha um
ligeiro sotaque piemontês, quer dizer, ele devia ter nascido no Piemonte.
Ele falava 12
línguas, inclusive o português, perfeitamente, sem sotaque. Qualquer língua que ele falava, ninguém podia
saber que não era a língua dele. Até falava sânscrito, falava grego, hebraico,
até falava latim. 12 línguas, Saint Germain falava correntemente. Pouco
depois, no tempo de Napoleão Bonaparte, ele apareceu pela ultima vez, na
Europa, 1825, parece que foi, e disse: “Eu me vou retirar para a Ásia, para
o Himalaia, e voltarei só nos piores dias da humanidade do ocidente.” Ainda
não voltou, está esperando dias piores, no fim deste século. Está profetizado
que no fim deste século terá uma grande conflagração mundial. E o Saint
Germain diz: “Eu voltarei quando o ocidente tiver nos seus piores dias.”
Este homem nunca morreu. Há 200 anos que ele está desmaterializando e
materializando seu corpo.
Quer dizer,
isto de ter corpo imortal, não é só da Bíblia, não é só do Antigo Testamento.
Jesus também tinha corpo imortal. Quando o queriam matar, ele não dava licença.
Dizia: “Não, não...meu tempo ainda não é chegado. Ainda não é chegado o meu
tempo para morrer.” E no fim ele disse: “Agora, eu vou ser preso, eu vou
ser morto, mas, ninguém me tira a vida. Eu deponho a minha vida quando eu quero
e retomo a minha vida quando eu quero.” Ele fez mais do que transformar o
seu corpo. Ele permitiu que seu corpo fosse destruído. Ele disse: “Destruí
este templo do meu corpo, e, em 3 dias eu vou reedificá-lo.”
Ele o fez.
Permitiu ser destruído para poder reconstruir o seu corpo. Isto é mais que
transformar. Os outros transformaram o seu corpo, sem morrer: Enoc, Elias,
Moisés, Babaji, Saint Germain e provavelmente muitos outros que nós não
sabemos. Jesus disse: “Não, vou fazer mais do que isto. Eu vou permitir que
seja destruído o meu corpo e vou reconstruí-lo quando eu quero.”
Isto é o
poder do espírito que era prometido no princípio da humanidade, se eles não
comessem do fruto do conhecimento do bem e do mal; porque esta árvore, não dá
vida eterna ao corpo, mas, se eles comessem duma outra árvore, então, eles teriam
a vida eterna. E que outra árvore era isto? Esta outra árvore chamada árvore da
vida. E, estava no meio do viveiro de gozo. No meio estão os órgãos sexuais
(embaixo), e no meio está o ultimo chakra, aqui (em cima). Isto é a
árvore da vida.
Os hindus sabiam muito
bem disto. Quer dizer, as duas árvores estão no meio do corpo: A árvore do
conhecimento do bem e do mal é a árvore do sexo, que não dá vida eterna. Só dá
vida temporária, de pai para filho, e, depois acaba tudo. E de filho para neto
e bisneto, e assim por diante. Mas, é uma sucessividade de vidas, não é uma
vida simultânea. Contínua. É uma sucessividade. Diversas vidas que vêm daquela
árvore do conhecimento do bem e do mal. É como Moisés chama relações sexuais. O
bem é o nascimento e o mal é a morte.
Mas, a árvore
da vida não tem nascimento nem morte. Tem somente viver. Nascer e morrer vêm da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Viver sem nascer, nem morrer, diz
Moisés, vem daquela outra árvore que está no meio dum viveiro do gozo, mas, não
do mesmo lugar; porque está justamente no sentido oposto, mas está no meio. Uma
linha vertical através disto dá exatamente o que Moisés disse.
Escute, eu já
expliquei uma vez, que nós temos na coluna vertebral, 6 centros de consciência
energética, desde o primeiro, embaixo, até o segundo ou terceiro. Eles fazem
parte da árvore do conhecimento do bem e do mal. E depois do coração
para cima, nós temos mais 3. Do coração, a altura da laringe. E, depois atrás,
no cérebro, são 6. E vem o 7o- aqui na base da testa que os hindus
chamam, o olho de Shiva. O olho de Shiva é da base da testa,
entre as sobrancelhas, onde convergem todos os nervos mais sensíveis que partem
da parte traseira do cérebro, estão em contato com a coluna vertebral, e
produzem o mais alto grau de consciência. Isto é o olho de Shiva, na
filosofia oriental. O olho do Cristo na nossa filosofia. E, no Evangelho
se chama isto o olho simples.
Se eu
intensificar a minha consciência espiritual, eu posso transformar o meu corpo
material num corpo astral, sem morrer, e se eu quiser, eu posso até deixar
destruir o meu corpo material e reconstruir o meu corpo material. Jesus o fez.
Os outros fizeram a transformação do seu corpo. Já é muita coisa. Nós nem
conseguimos isto, mas Jesus fez mais do que transformar. Permitiu a destruição,
porque se nós conscientizássemos a nossa entidade espiritual, a nossa
identidade com o espírito, nós teríamos o poder de nos imortalizar, em corpo. E
também nós nunca teríamos doença, porque se o corpo está lucificado pelo olho
simples (a luz não conhece doenças, não existe luz doente, existe matéria
doente), se eu pudesse lucificar o meu corpo, penetrar como um cristal pela luz
da minha consciência espiritual, nós não teríamos doenças.
As doenças
vêm por falta de lucificação do nosso corpo. Nós não temos consciência
espiritual suficiente para podermos imunizar o nosso corpo de qualquer doença.
E por isso, a qualquer momento estamos doentes. As doenças não fazem parte da
natureza humana. As doenças são falta de consciência espiritual. Jesus nunca
esteve doente. Nunca se fala de nenhuma doença de Jesus. Moisés nunca esteve
doente, viveu 120 anos, nunca se menciona uma doença de Moisés. Quer dizer que
ele já estava num alto grau da consciência espiritual.
Mas,
infelizmente, o Gênesis acrescenta que esta árvore da vida está defendida pelos
Querubins, e não é acessível a qualquer pessoa. Nós ficamos desanimados,
porque nós gostaríamos tanto de entrar na árvore da vida. Então o
Gênesis diz; “Bem, por enquanto a árvore da vida” que é aquela para cima
“está vedada, está defendida pelos Querubins.” Quem são os Querubins?
Os Querubins são os anjos da imortalidade. Em toda a Bíblia quando se
fala de Querubim, se fala de entidades imortais em corpo. Entidades não
humanas, mas entidades extra-humanas. E diz o texto: “A árvore da vida está
sendo defendida pelos Querubins”, e usa mais uma palavra, “e pela lâmina
do fogo vibratório.” Entendam isto! Pela lâmina do fogo vibratório.
Agora, quando
entramos um pouco na filosofia da Índia, encontramos a mesma expressão, que
eles chamam, agni, que quer dizer fogo. Agni é a expressão sânscrita
para ígneo. Ignis, em latim, fogo.E, Moisés usa a mesma expressão. A
Vulgata traduz, uma espada flamejante e vibratória. Uma espada
flamejante e vibratória está protegendo a árvore da vida eterna. Mas
a melhor tradução que eu consegui tirar da Septuaginta (grego): Uma
lâmina (não é bem espada), uma lâmina de fogo em vibração.
Vocês estudam
um pouquinho a filosofia oriental, e vamos descobrir o seguinte: Aqui estão o 1o,
o 2o, o 3o , o 4o,o 5o e o 6o chakras. Toda a filosofia oriental
diz: Os chakras entram em grande vibração na proporção que aumenta a
nossa consciência. Este chakra embaixo, quase está parado, quase não tem
vibração, o 1o. O 2o
tem uma ligeira vibração, mas muito vagarosa. O 3o já tem mais. E
aqui vamos subindo de vibração em vibração. E diz o texto, quando chegamos ao
último chakra, ao último centro de consciência, que é aqui na base da testa,
estão umas vibrações vertiginosas. E lança suas vibrações para o alto da cabeça
onde é o fim do cérebro, e se transforma no lótus de 1000 pétalas.
É claro que não tem pétalas verdadeiras, é uma
parábola; transforma-se numa vibração que parece milhares de chamas de uma flor
de lótus que tem muitas pétalas. Esta comparação que a filosofia
oriental usa, e Moisés diz: “esta árvore da vida está defendida por uma
lâmina de fogo vibratório.” Tudo é a
mesma coisa, que se diz na Índia.
Quer dizer, se nós chegássemos ao zênite de nossa consciência
espiritual e conscientizássemos na base da testa, no olho simples, “Eu
sou espírito,eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai.” São
palavras do Evangelho. “E as obras que eu faço não sou eu que as faço, é o
Pai que em mim está quem faz as obras”. Se nós conscientizássemos isto, nós
íamos subir até a árvore da vida. Não só da vida eterna para a nossa
alma, mas também a vida eterna para o nosso corpo; porque o Gênesis não diz que
o homem é só imortal na alma. Ele diz que ele deve imortalizar-se também no seu
corpo. Ele não deve perder o seu corpo. Ele deve transformar o seu corpo pela
luz do seu espírito. “O teu olho é a luz do teu corpo. Se teu olho for
simples, todo o teu corpo estará em luz, mas se o teu olho for mau, todo o teu
corpo estará em trevas.” Trevas são a morte. Luz é a vida.
Quer dizer,
tanto o Gênesis como o Evangelho afirmam que o homem pode imortalizar o seu
corpo. Nós não o fazemos na vida presente, mas como nós não vamos morrer na
hora da morte, mas o nosso espírito continuará a viver, em corpo astral, algum
dia é certo, que nós devemos imortalizar o nosso corpo. Não pela reencarnação,
que é apenas um regresso, mas pela evolução superior da nossa consciência. Em
qualquer zona do Universo, nós podemos imortalizar também o nosso corpo. Não é
preciso que seja o corpo físico, porque os que transformaram o seu corpo físico
em corpo astral também não têm corpo físico. Têm corpo astral, mas o corpo
astral também é corpo. E ele também pode ser mortal, mas nós podemos
imortalizar o corpo astral.
Todos estes
problemas profundos estão desde o Gênesis nos nossos livros sacros, mas é
preciso entender de outro modo. Como nós costumamos interpretar tudo
infantilmente, como quem em escola primária... Vamos entrar um pouco na
Universidade do espírito, para compreendermos estes grandes livros que os
homens geniais da humanidade escreveram.
* * *
TRANSCRIÇÃO DA AULA 08 - Fecundação Bioplasmática
CURSO NOVA HUMANIDADE
Huberto Rohden
Aula 8: Fecundação Bioplasmática.
17/05/1977
Agora, fiz
este gráfico, para ver se conseguimos ter clareza sobre a ideologia de Moisés,
no Gênesis, sobre a origem e a evolução do homem; porque isto está sendo
discutido há quase 2000 anos, na cristandade ocidental, nas igrejas, nas
escolas, colégios e universidades. Não é fácil compreender, porque Moisés
escreve em forma de parábola, que tem que ser interpretada. E, não é fácil
interpretar corretamente um símbolo, uma alegoria, uma parábola. Todo o Gênesis
é uma parábola, é uma grande verdade, mas expressa em forma de termos
simbólicos.
Então, eu fiz
este desenho geométrico, para ver se por meio da geometria, por meio de um
gráfico, possamos compreender melhor, o que Moisés disse em termos abstratos e
alegóricos. Primeiro, uma linha horizontal. Debaixo da linha horizontal
escrevi: animal. A vida animal
deste planeta terra, que já é muito antiga. Muitos milhões de anos, já existe
aqui, vida animal. Acima da linha horizontal, pus uma linha vertical, e escrevi
ao lado: espiritual. Então o espiritual se encontra com o animal. A vida
espiritual exerce um impacto sobre a vida animal, formando ângulo reto. Estas
duas coisas são importantes.
Unindo
o animal com o espiritual através desta chave com linhas oblíquas ascensionais,
nem horizontais, nem verticais, (estas linhas aqui são ascensionais,
intermediárias entre horizontal e vertical). E, lá fiz uma chave, que
compreendi todas as linhas – na palavra: hominal. Usar hominal em vez de
humano, porque humano já tem outro sentido.
Animal,
espiritual, hominal - quer dizer que hominal é uma combinação animal
e espiritual. Isto é importante compreender, porque disto aqui trata
o Gênesis. Qual a relação entre a vida animal que já existia muito antes de
nós, e a vida espiritual, que no Gênesis se chama o sopro divino? O sopro
de Deus, o sopro dos Elohim (das Potências cósmicas)? Então, os Elohim
exercem um impacto sobre a vida que já existia. Esta idéia de que o impacto
espiritual é exercido sobre a vida animal é importante saber.
A
palavra espírito não é palavra filosófica. A palavra filosófica é razão,
logos em grego, mas infelizmente,
aqui no ocidente, nós deturpamos a terminologia e identificamos a razão com
inteligência. É um desastre. Dá uma obscuridade, uma confusão por toda parte.
Nós devíamos acostumar a usar a terminologia grega antiga, e nunca identificar
a inteligência com a razão. A razão é muito superior a inteligência. A razão é
uma faculdade do nosso Eu espiritual e a inteligência é apenas uma
faculdade do nosso ego mental. Por isso, eu muitas vezes, uso a palavra
espírito em vez de razão, porque vocês estão acostumados a identificar razão
com inteligência, e dá confusão. Então, quando eu digo espírito, saibam
desde já que isto quer dizer razão, em grego, logos. Noos,em
grego com dois oo, é inteligência e logos em grego é razão.
O
4o Evangelho, atribuído a João, diz: “No princípio era o Logos”
entendendo o Cristo, falando do Cristo, que a Vulgata chama o Verbo.
“No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus e o Logos era Deus.” Isto
no princípio do 4o Evangelho em grego. Quer dizer, o Cristo é
identificado com a razão, não com a inteligência. Porque
inteligência geralmente é o anticristo. A nossa inteligência é muito
anticrística. Ela não gosta de obedecer ao espírito. O espírito é amigo do
nosso ego, mas, o nosso ego quase sempre é inimigo do espírito.
Então,
voltando ao nosso tema, aqui está o mundo animal, lá está o mundo racional ou
espiritual. Também pode usar racional para espiritual. Não no sentido
intelectual, mas no sentido de espiritual. E, se fizermos agora uma combinação
entre a vertical do espiritual e a horizontal do animal, resultam diversas
linhas que não são nem espirituais, nem animais, mas hominais. O homem é uma
coisa intermediária entre o animal e o espiritual, uma combinação da horizontal
do animal e da vertical do espiritual.
Isto
é necessário ter clareza sobre isto para compreender o Gênesis, o Apocalipse o
Evangelho, e muitos outros livros inspirados. Supõe que a gente conheça isto,
mas como nós não sabemos, não compreendemos estes livros. Então, vamos ver a 1a
linha. A 1a linha ascensional, esta linha oblíqua para cima. Está
pertinho ainda no animal, mas está um pouquinho acima- vamos dizer 10% acima. A
outra está mais acima ainda, a vertical está muito distante, há um ângulo reto
entre a vertical do espiritual e a horizontal do animal. Mas, aqui não há
ângulo reto. Aqui pode haver 10o, 20o, 30o .
no meio 45o e o total segundo a nossa geometria é 90o.
Entre horizontal e vertical nós colocamos 90o que é ângulo reto.
Então, 10o aqui, 30o aí, 45o lá no meio e 90o
em cima.
Agora
vem a historia do Gênesis. Aqui estava o animal primitivo. O Apocalipse supõe
que o nosso corpo vem do animal. Não o nosso espírito, mas, o nosso corpo vem
do animal. E Teilhard de Chardin diz: “Aqui há uma descontinuidade da
vida sobre a continuidade da vida”. Está muito bem expresso. Aqui no ponto
de encontro da vertical com a horizontal há uma descontinuidade, mas aqui há
uma continuidade. Na horizontal há uma continuidade da vida animal, mas, no
ponto de encontro da vertical com a horizontal há uma descontinuidade.
Isto
nós chamamos a creação do homem, não do seu corpo, mas do seu espírito; porque
o espírito do homem não vem do animal, mas vem do Infinito, vem dos Elohim,
vem da Divindade. Isto está claramente expresso tanto no Gênesis, como em todos
outros livros. Nenhum livro inspirado atribui a origem do espírito ao animal.
Isto é confusão de certos darwinistas modernos que querem a toda força derivar
o espírito do animal. Ora, o mais não pode ser derivado do menos. Uma
consciência maior que é o espírito não pode ser derivada de uma consciência
menor que o animal.
A matemática não aceita tal coisa, que o mais
seja derivado do menos. O menos pode ser derivado do mais, mas o mais não pode
ser derivado do menos. O mais não está contido no menos. Os nossos darwinistas
querem fazer crer que o homem estava contido no animal implicitamente, potencialmente, e pela
evolução multimilenar, o homem que estava dormindo dentro do animal, finalmente
acordou e apareceu como homem. Isto é uma camuflagem. Logicamente, não podemos
aceitar que o maior esteja dentro do menor, nem potencialmente, nem em estado
latente, dormente.
O maior veio de outras regiões como diria Einstein:
“Do mundo dos fatos, nada nos pode conduzir ao mundo dos valores.” Valor
é isto aqui. Fato é isto aqui. “Do mundo dos fatos não há nenhum caminho que
conduza ao mundo dos valores.” Palavras de Einstein. Os valores são
verticais e os fatos são estas coisas horizontais.
Agora aqui há
uma combinação entre animal e espiritual. Esta linha aqui. Há uma combinação
porque ela não é nem vertical, nem horizontal. É um intermediário entre
vertical e horizontal. Quando os Elohim crearam o homem, quando
insuflaram o sopro do espírito a este animal que já existia... Pois é claro que
existia (nunca caia na idéia de que o espírito fosse insuflado a um pedaço de
barro). Então, se isto fosse barro e não animal,porque é que nós somos iguais
aos animais pelo corpo. O barro não é igual aos animais. É claro que o espírito
foi infundido a um ser vivo que já existia. Não há dúvida nenhuma. O Apocalipse
diz claramente. O Gênesis não diz muito claramente. Então, nós somos uma
combinação, corporalmente continuamos a ser animais (corporalmente, temos todos
os órgãos que o animal tem), mas espiritualmente somos superiores aos animais.
Então os Elohim
dão ordem aos primeiros homens que não continuem a viver como simples
animais, porque eles já não eram como animais. Eles já eram seres hominais.
Este ser aqui já é um homem primitivo. Não muito avançado, mas primitivo. Então
os Elohim dão ordem que não comam do fruto proibido da árvore do
conhecimento do bem e do mal, que eu já expliquei na última aula. A árvore
do conhecimento do bem e do mal é a idéia da reprodução puramente animal.
Mas, como o homem já não era um animal 100%, embora ainda parcialmente fosse,
ele não devia continuar a reproduzir-se como se fosse animal.
Então, a ordem
dos Elohim é isto aqui: “Daqui por diante vivei e reproduzi-vos como
seres humanos.” Que quer dizer isto? A reprodução seria corporal como nos
animais. Até hoje não conhecemos nenhuma outra reprodução que não seja de corpo
a corpo. Do corpo masculino com o corpo feminino dá reprodução. Isto não era
proibido, porque, por enquanto a humanidade não ultrapassou a possibilidade
duma reprodução corporal. O que era proibido é que a reprodução não fosse feita
pelos mesmos motivos porque o animal se reproduz. Por que é que o animal se
reproduz? Por simples libido. Libido é instinto sexual. Em latim, libido quer
dizer prazer.
Quer
dizer, o animal se reproduz simplesmente pelo instinto do prazer. Se não
houvesse prazer na fecundação, não haveria continuação da vida. Então, o
animal instintivamente se reproduz sem saber propriamente o que ele faz. Ele é
impelido pelo instinto à fecundação, e isto dá reprodução. Então, os Elohim dizem:
“Reproduzi-vos (naturalmente, corporalmente) mas não por motivo de
simples libido”.
Agora, entra
um novo fator que o animal não conhece: amor. Infelizmente os nossos bons
romancistas e filmadores por aí confundem libido com amor. E quando um homem e
uma mulher se encontram, dizem que se encontraram por amor. Em 99 casos, não se
encontraram por amor, mas por simples libido. E muitos se acasalam por libido.
O acasalamento é do animal, o casamento é do homem e da mulher. Mas muitos não
fazem casamento, que seria por amor,
fazem acasalamento, que é por libido, por instinto sexual.
Então, os Elohim dizem,
“daqui por diante, reproduzi-vos, mas não como o animal, não por simples
prazer sexual, por libido, mas, vós agora já sois seres humanos. Já tendes uma
categoria superior, reproduzi-vos por amor.” Esta a ordem que os Elohim
dão. O amor é chamado árvore da vida. E a libido é chamada árvore do
conhecimento do bem e do mal.
Eu já
expliquei na última aula, a terminologia bíblica é a seguinte: quando a Bíblia diz conhecer ela
sempre entende, ter relação sexual. Adão conheceu sua mulher e ela concebeu. E
Maria diz ao anjo quando anuncia que ela vai ser mãe de Jesus. “Mas, como
posso ser mãe, eu não conheço varão, eu não conheço homem?” quer dizer: “Eu
não tenho relações sexuais com nenhum homem, e como posso mãe.” Então, ela
chama isto conhecer. Conhecer na linguagem bíblica quer dizer, ter relações
sexuais.
Então, a
árvore do conhecimento do bem e do mal é a árvore das relações sexuais. O
bem e o mal: o bem é o nascimento, e o mal é a morte. Porque as relações físicas
fazem nascer, mas também deixam morrer, porque ninguém pode gerar um filho
imortal. O filho nasce, vive algum tempo e depois morre. Então, dizem os Elohim:
“Não vos reproduzais daqui por diante, não vos procrieis como animal, porque
senão sereis mortais, porque o animal também é mortal. O animal não pode
imortalizar o seu corpo. Vós porém deveis procriar um corpo imortal.”
Esta coisa é estranha no Gênesis.
Todo o Gênesis afirma que se pode procriar um corpo imortal e nós estamos
procriando corpos mortais. Mas, o Gênesis diz: “Se vos unirdes não por
libido,, não por instinto sexual, mas por amor, então procrieis corpos de
filhos imortais.” Será que isto é possível? Bem, no Gênesis está a
possibilidade. Ela não se vai realizar hoje ou amanhã, como não se realizou em
milhares de anos, mas existe no fundo da natureza humana a possibilidade da
procriação de corpos imortais. Isto está claramente no Gênesis: “procriai-vos
então pelo amor”
.Naturalmente
o amor nunca será 100. Pode ser 50 de amor, e 50 de libido. Já é um princípio,
mas não é o fim. Aqui há ainda muita libido e pouco amor, porque a distância é
muito grande. O amor é aquilo ali. Agora, se nós avançássemos esta linha para
cá, já seria menos libido e mais amor. E, se chegássemos perto da vertical, 80
de amor e apenas 10 de libido (a vertical é 90). Quer dizer, a evolução humana
seria esta, afastando-se da procriação por libido e aproximando-se cada vez
mais da procriação por amor, mas, a procriação seria corporal, só o motivo
seria diferente.
Isto é que
está no Gênesis: “Não comais daqui por diante da árvore do conhecimento do
bem e do mal, que é como os animais. Comei da árvore da vida.” A árvore da
vida é vertical. Agora o interessante é: A Bíblia sempre conta casos em que
nasceram filhos altamente espirituais, e também conta casos em que nasceram
filhos terrivelmente animais. Vamos trazer alguns exemplos.
Adão e Eva se
encontraram no plano horizontal, isto está escrito no Gênesis. Por sugestão da
serpente, da inteligência, eles se uniram animalescamente comendo do fruto
proibido, que era isto aqui. Eles não estavam ainda na vertical, no princípio.
Estavam na pura animalidade, apesar de serem homens, não superaram a
animalidade, no princípio. Sucumbiram à velha animalidade e não chegaram até a
nova hominalidade, nem um pouco. E o filho deste primeiro acasalamento...(eles
se acasalaram como animal, está claramente expresso no Gênesis). E o que nasceu
daí? Faz favor de ver na Bíblia. Nasceu Caim. O primeiro homem que nasceu,
segundo o Gênesis foi o primeiro homicida da humanidade. Não é triste verificar
tal coisa?
O primeiro
filho que nasceu daquele casal assassinou por motivos fúteis, seu irmão Abel.
Sem nenhum motivo, só por inveja. “Porque Abel era melhor do que ele (e
Deus mostrou através de sinais visíveis que Abel era melhor do que Caim), Caim
achou que devia matar seu irmão”. Matou. Quer dizer, o filho da primeira
procriação animal de Adão e Eva é um homicida. O primeiro homicida da
humanidade. Não é muito honroso para eles. Quer dizer, não houve amor, houve
apenas libido. Acasalamento por libido em vez de união por amor. Isto foi logo
depois. Eles conceberam logo depois, este Caim.
Depois eles vão
avançando..avançando...vivendo...vivendo...e diz o livro da Bíblia... E quando
Adão e Eva tinham 500 anos, não 50, não está errado não; eles geraram Set. Diz
a Bíblia que tiveram muitos filhos e muitas filhas. Muitos não eram uma dúzia.
Muitos eram centenas, naquele tempo.
Naquela longevidade tremenda daquela força primitiva, eles podiam ter
centenas de filhos. Bem, e quando eles tinham 500 anos, diz a Bíblia, geraram
Set, e este era feito a imagem e semelhança de Adão. Quer dizer, já era um
homem espiritual. Do Adão verdadeiro. Não do Adão animal, mas do Adão hominal.
Set era um homem altamente humano, hominal, pouco animal e muito hominal. Isto
quer dizer, era feito à imagem de Adão.
Set quando
tinha 150 anos gerou Enos. Quer dizer, Adão e Eva tinham 500 anos quando
geraram Set. E Set quando tinha 150 anos gerou Enos. E de Enos se diz uma coisa
grandiosa. Enos foi o primeiro homem que invocou o nome de Deus. O primeiro
homem espiritual gerado quando seu pai tinha 150 anos.
Porque a
Bíblia menciona estas gerações tardias, de pessoas avançadas? A Bíblia quer
dizer, eles já estavam muito longe da libido. Estavam muito perto do amor. Isto
seria o que a Bíblia supõe e muitos homens antigos. Cresceu o amor e diminuiu a
libido. E quando o amor era muito grande e a libido era muito pequena geraram,
é claro, fisicamente, mas, não por motivo de paixão ou de libido, mas muito
mais por amor. Vamos dizer com 90% de amor e apenas 10% de libido.
Então,
nasceram estes homens espirituais, Set, Enos e outros. A mesma coisa a Bíblia
conta de Abraão e da sua mulher Sara. Sara era estéril e eles eram muito idosos
os dois e não tinham nenhum filho. Mas, quase no fim da vida, tiveram o único
filho Isaac. Isaac quer dizer sorriso em hebraico. Abraão na sua velhice, como
não tinha filho (com Sara), ele teve um filho lá pelos 70, 80 anos,
provavelmente, e disse: “Este é o sorriso da minha velhice.” Chamou o
filho de sorriso. Isaac: E Isaac é um dos antecessores de Jesus.
Parte ll
Nós sabemos,
ele está na linha dos ascendentes de Jesus, Isaac. Isto aconteceu quando Abraão
e Sara tinham muito amor, mas pouca libido, na idade avançada.
João Batista, outro caso típico. Jesus chama
João Batista, o maior dentre todos os filhos de mulher. Os que nascem pela
união sexual, ele chama filhos de mulher. Os que nascem sem união sexual, ele
chama filhos do homem. Jesus é sempre chamado filho do homem, porque já estava
além de todo as coisas físicas. Isto,
nós vamos tratar em outra ocasião. João Batista então nasceu quando
Zacarias, seu pai, e Elizabete (que nós chamamos Izabel , mas que no Evangelho
se chama Elizabete)...quando Izabel ou Elizabete que também era estéril, apesar
disto ela concebeu João. Fisicamente, é claro. Dum modo humano, mas pode-se
supor que na avançada idade de Zacarias
e de Elizabete o amor com que eles estavam vivendo era muito grande. E a libido
provavelmente não era muito grande, na avançada idade. Ela diminui com a idade,
mas o amor não precisa diminuir.
O amor é da
alma. A libido é do corpo, mas a alma não envelhece. Não existe alma idosa. A
alma é sempre eternamente jovem. E ela pode perfeitamente ter um grande amor em
qualquer período da sua existência, mesmo em milhares de anos. Porque a alma
não envelhece. Só o corpo envelhece. Então, isto é uma linha ascensional
afastando-se da animalidade da libido, e aproximando-se da espiritualidade do
amor. E os filhos que daí nascem, sempre têm qualidades altamente espirituais,
porque se aproximaram através de seus pais da espiritualidade. Herdaram
qualquer coisa de espiritualidade porque foram concebidos, com mais amor do que
paixão, mais amor, do que libido.
Isto é que os Elohim
querem dizer quando dizem: “Não comais da árvore da libido,do
conhecimento do bem e do mal, mas, aproximai-vos da árvore da vida.” Quer
dizer, eles insistem na evolução hominal. Todo o Gênesis é uma apoteose da
evolução humana. O Gênesis não quer que o homem seja igual ao animal, porque é
uma categoria superior de seres. E se ele se reproduz simplesmente como animal,
por meio de libido física, de instinto sexual; então, ele não é diferente dos
animais. Então, ele deve insistir o homem em sua reprodução hominal,
tipicamente humana, reprodução por amor. Naturalmente, nunca pode excluir
inteiramente a libido. Enquanto há reprodução física, haverá sempre tal ou qual
porcentagem de libido.Isto não está excluído no texto, mas a libido não deve
prevalecer sobre o amor.
Isto é todo o
conteúdo desta misteriosa história: que era proibido comer do fruto do
conhecimento do bem e do mal, do fruto da animalidade pura. Mas que
houvesse uma linha ascensional entre a horizontal da animalidade e a vertical
da espiritualidade. Naturalmente poucos chegaram, talvez ninguém, até a
vertical da espiritualidade, mas o interessante é que a Bíblia, como já contei,
conta diversos casos em que o corpo deles não morreu. Conta-se de Enoc,
conta-se de Elias, conta-se de Moisés; pelo menos 3 casos que não morreram.
Quer dizer que
apesar de serem concebidos fisicamente, mas, provavelmente com muito amor e
depois eles intensificaram por sua própria conta, o amor. Espiritualizaram a
sua animalidade que ainda tinham. Espiritualizaram o seu corpo, conseguiram
alto grau de espiritualização e esta
espiritualização lhes deu a possibilidade de transformar o seu corpo material
num corpo astral. Isto está lá. O corpo astral é invisível. O corpo astral não
tem peso, não tem dimensões. O corpo astral é pura energia (astral quer dizer
energia).
Hoje em dia a ciência aboliu a palavra astral
e chama isto, bioplásmico. O corpo bioplásmico é aquele que está na base do
corpo material, mas não é visível. Hoje em dia nós conseguimos fotografar pelos
aparelhos Kirlian, o corpo bioplásmico. O corpo astral pode ser
fotografado com certos aparelhos, mas ele está além da matéria. Astral, quer
dizer energia. Aquele que suspende os astros no espaço. Isto é energia e se
chama astral, vem de astro.
Quando alguém
consegue transformar o seu corpo material num corpo energético ou astral, ou
bioplásmico, então ele imortaliza o seu próprio corpo. O Gênesis supõe que isto
seja possível a toda humanidade, mas, por enquanto são exceções esporádicas.
Alguns astralizaram o seu corpo, mas a humanidade em peso ainda não consegue
fazer isto. Mas continua a existir a possibilidade dentro da natureza humana,
de realizar a astralização do seu corpo. Naturalmente não vai acontecer tão
cedo, porque a evolução vai com passos mínimos em espaços máximos.
Quando há um
pequeno progresso leva milhares de anos. A natureza nunca tem pressa, pressa
temos nós. A natureza é vagarosa. Veja o crescimento duma árvore. Bem, a
hortaliça cresce rapidamente. Num mês uma hortaliça está pronta para ser
comida. Mas, veja um jequitibá! Veja um coqueiro! Veja um carvalho! Levam
séculos inteiros. Para reproduzir e produzir flores a maior parte das grandes
árvores leva 15 anos. Uma nogueira leva 15 anos para produzir nozes. Um
coqueiro leva pelo menos 10 anos para produzir. As árvores longevas levam muito
tempo. As hortaliças de horta crescem rapidamente, mas também morrem logo. Quer
dizer, para haver um pequeno progresso na humanidade leva séculos e milênios.
Paramahansa
Yogananda, neste maravilhoso livro “Autobiografia de um iogue,” afirma
que o homem pode acelerar a sua evolução espiritual. O que ele faria em 200
anos ele pode fazer em 20 anos se ele tratasse seriamente disto! Mas a maior
parte não trata disto. Se a gente se concentrasse no seu corpo astral...havia
de acelerar a sua evolução e a mortalidade do corpo físico seria menor, e a
imortalidade do corpo astral seria maior. Isto seria um processo de evolução
consciente; mas quem nada faz tem que esperar milhares de anos para que
aconteça alguma evolução. Mas ele pode produzir evolução mais rápida.
Então,
suponhamos que alguém chegue até a vertical da espiritualidade, isto seria 100%
de amor e zero de libido. Bem, isto não é comum na humanidade. O Evangelho
refere apenas um único caso, na formação do corpo de Jesus, em que aconteceu
isto. Em que o amor de seus pais chegou ao máximo e a libido desceu a zero.
Então, isto nós ainda vamos ver em outra ocasião. Os Evangelhos de Mateus e
Lucas contam através de termos misteriosos, como se formou o corpo de Jesus, verdadeiramente
humano, através de José e de Maria, mas sem nenhum contato físico. E quando não
há contato físico, não há libido. A libido só funciona pelo contato físico,
propriamente.
Orgasmo sexual
se manifesta pelo contato físico dos corpos, mas se não há contato físico, pode
haver amor, porque o amor funciona a qualquer distância. O amor não precisa
contato, mas, amor também pode produzir corpo. Não pelo contato, mas à
distância. Mas isto supõe 100% de evolução espiritual. E isto deve ter havido
da parte dos pais de Jesus, mas como nós não compreendemos este processo
misterioso que os evangelistas narram, nós caímos na mitologia, e inventamos
que Jesus não tinha pai humano. Em que o Espírito Santo é que foi pai de Jesus,
etc..
Oh! Isto é
mitologia, é claro. Uma divindade nunca pode ser pai de um ser humano. Isto é
absolutamente impossível. Um ser humano tem que ter por pais, seres humanos. É
evidente! Mas, o que nós não compreendemos é que possa haver uma fecundação sem
contato, uma fecundação astral. É claro que se deu uma fecundação astral. A
fecundação astral se dá pelo amor. A fecundação física só se dá pelo contato
físico. Isto é o que está narrado lá, mas isto é uma antecipação de uma nova
humanidade.
O grosso da
humanidade não está neste caso. O que o grosso da humanidade pode fazer é, de
zero até perto do 90. Aqui é grau zero, lá é grau 90. A humanidade comum,
provavelmente chegará de zero a 80 ou 88, ou 89. Se algum dia chegar a 90, fecundação através de corpo astral,
por amor...isto levará milhões de anos. Mas, isto está implicitamente contido
no Gênesis. O Gênesis não quer saber se isto dura muito tempo, ou pouco tempo,
mas afirma que existe a possibilidade duma multiplicação por amor.
“Crescei, e
depois, multiplicai-vos.” Nós lemos isto há 2000 anos. E nós sempre
pensamos que se trata de crescimento físico. Não se trata absolutamente de um
crescimento físico. Trata-se deste
crescimento, isto se chama crescer: “crescei na vossa hominalidade, na vossa
evolução humana. Crescei, aumentai o vosso potencial humano, e depois
nultiplicai-vos.” Aqui, crescimento já é de 10. Aqui o crescimento talvez
seje de 30. Se alguém crescesse até 90, isto seria um crescimento total. A
ordem dos Elohim é, não fiqueis no plano horizontal do animal em que
estais. Crescei! E quando tiverdes crescido bastante, então,
multiplicai-vos. Esta ordem não foi dada àquele casal. Isto foi dada à
humanidade.
Mas é claro,
os Elohim não queriam que apenas Adão e Eva vivessem milhares e milhares
de anos. A ordem não foi dada a eles. A ordem é dada à humanidade do futuro. A
humanidade do futuro cresce, passa por uma evolução espiritual e durante todo este período, mesmo sem
chegar ao fim; “Crescei e multiplicai-vos, e vereis que na medida do vosso
crescimento espiritual, melhorará o vosso corpo.” Porque o nosso corpo está
cheio de taras.
Doenças não
fazem parte do corpo. A doença não tem nada que ver com a espiritualidade. A
doença existe porque nós ainda estamos
na materialidade. A matéria produz a doença. O espírito não está doente.
Então, doenças não deviam ser, não deviam afetar o nosso corpo. Uma morte
compulsória não devia afetar o nosso corpo. Se nós estivéssemos na hominalidade
completa, nós não teríamos doença nenhuma. Nunca existiria doença na nossa
vida. Não precisávamos de farmácia, drogarias e médicos, nada disto. Nós
nasceríamos em perfeita saúde. Viveríamos em perfeita saúde e morreríamos, se
quiséssemos, para dentro do mundo astral. Porque morrer não seria dissolver
o corpo material, como sempre acontece.
Morrer não
seria transformar o seu corpo material num corpo astral, como aconteceu com
Enoc, com Elias, com Moisés no alto do Monte Nebo. E como em nossos dias está
acontecendo na Índia, com Babaji e outros grandes iogues do oriente.
Está acontecendo provavelmente, como já disse, com o Conde de Saint Germain.
Todos sabem que o Conde de Saint Germain viveu no tempo da revolução
francesa há quase 200 anos, nas cortes da França, e nunca morreu até hoje.
Ninguém sabe da morte de Saint Germain.
Ele aparecia
sempre nas cortes dos reis e das rainhas da França, no tempo mais horrível da
França quando a revolução arrasou tudo. Matou reis, guilhotinou rainhas, Maria
Antonieta e outros; Saint Germain
conhecia. Ele sempre prevenia: “Cuidado, o povo está revoltado contra as
tiranias da realeza, vai acabar com todos os reis e rainhas.” Saint Germain sabia
disso, ele era um vidente. E não foi atendido. Aparecia sempre de novo. Ora na
França, ora na Tchecoslováquia, ora na Alemanha, na Inglaterra também apareceu.
Pela última
vez, Saint Germain apareceu em 1825, depois de Napoleão Bonaparte.
Despediu-se dos amigos da Europa, e disse: “Eu vou para o oriente, vou para
o Himalaia, mas voltarei para o ocidente quando a cristandade do ocidente
estiver nos seus piores dias.” Ainda não estamos nos piores dias. Estamos
esperando, ou receando. Os piores dias,
dizem que é no fim deste século. Se Saint Germain vai voltar ou não, não
sabemos. Ele disse que ia voltar. Este homem está vivendo há 200 anos. Sempre
na idade de 45 anos. Ele era muito rico. Falava 12 línguas, correntemente, sem
sotaque, inclusive o português. Falava grego, falava sânscrito, falava latim,
falava línguas árabes, correntemente, sem ter aprendido. Falava francês como
sua língua materna, com sotaque piemontês, dizem os que o conheciam. Ele deve
ter nascido lá no Piemonte francês.
Quer dizer que
a imortalidade do corpo não é uma coisa do passado. Também no presente existem
homens imortais que podem desmaterializar o seu corpo quando querem, e podem
rematerializar o seu corpo quando querem. Babaji está fazendo isto no
Himalaia. É sabido, Babaji disse aos seus discípulos da Índia. “Eu
vou me transformar (e se tornou invisível), mas, de vez em quando eu vou
materializar o meu corpo, eu vou dar instruções aos meus discípulos”. Ele
está formando grupo lá no Himalaia. 1 mês, 2 meses de instruções, depois se
desmaterializa e desaparece.
Isto é uma
faculdade do nosso corpo, quando o nosso espírito está em alta evolução. Quando
o nosso espírito é muito primitivo, o nosso Eu verdadeiro, nós não somos donos
do nosso corpo. Nós somos escravos do nosso corpo. Nós não podemos dar ordens
ao nosso corpo para não ter doença, porque nós temos doença quer queiramos,
quer não queiramos. Nós não podemos dizer: “eu não permito a morte do meu
corpo.” Não a morte é uma coisa
compulsória. Ou, morremos de acidente, ou morremos de doença, ou morremos de
velhice. Não há jeito. Muitos querem imortalizar o seu corpo.
Ainda há
pouco, Aurobindo Ghosh, lá do Ashram dele, na antiga Indochina,
pensava que ele iria transformar o seu corpo material em corpo imaterial. Não
conseguiu. Há pouco faleceu a mãe que foi a sucessora de Aurobindo.
Também esperava (ela viveu noventa e tantos anos), mas, no fim morreu.
Não é comum a
gente poder astralizar o seu corpo material. Mas, existe a possibilidade
implícita, potencial desta astralização. Não se perdeu na natureza humana a
possibilidade, mas está dormindo profundamente, e nós não acordamos ainda o
poder astral do nosso corpo. Mas, o Gênesis diz: “o corpo humano é
naturalmente imortal.” Só se ele não chega à plena evolução espiritual, se
ele não se aproximar daqui, então ele sucumbe à morte.
O corpo de
Jesus também era imortal, nós sabemos disto. Eles não o queriam matar tantas
vezes? E o Mestre sempre dizia: “Ainda não chegou o meu tempo. Ainda não
chegou o tempo de eu morrer.” Se nós pudéssemos dizer isto seria bom. Ainda
não chegou meu tempo. E no fim do 33o ano ele disse: “Agora
chegou o meu tempo, eu vou a Jerusalém e vou ser morto.” Os discípulos
disseram: “Mas se tu sabes que vai ser morto tu vais a Jerusalém?” Ele
disse: “Agora é chegado o meu tempo. Ninguém me tira a vida, eu deponho a
minha vida quando eu quero, e retomo a minha vida quando eu quero.”
Ele fez mais
do que astralizar o seu corpo material. Ele permitiu a destruição total do seu
corpo material e depois reconstruiu o seu corpo material em 3 dias. Isto é mais
ainda do que transformar o seu corpo material em corpo astral. Uma vez
disseram: “Como, quem és tu?” quando ele expurgou o templo dos
vendilhões. Disseram: “Quem te dá o direito de fazer isto, tu não és
autoridade para fazer isto.” Ele disse: “Quem me dá o direito? Destruí
este templo de meu corpo e em 3 dias eu vou reedificá-lo.”
Eles entenderam que era o templo de Jerusalém, mas
João diz: “Ele não falava do templo de pedra, ele falava do templo vivo do
seu corpo.” Porque ele sabia que ele podia reconstruir o seu corpo morto
num corpo vivo. Isto é o máximo do poder espiritual. Poder até reconstruir o
seu corpo morto quando ele quer. Outros chegaram apenas a transformar o seu
corpo, mas não a reconstruir, porque eles não morreram.
Quer dizer,
tudo que estou dizendo está implicitamente contido nas palavras do Gênesis. O
homem futuramente chegará ao zênite da sua evolução e então a sua reprodução,
primeiro será feita por amor, mas, ainda corporalmente, e não por simples
libido. E no fim será feito por amor, não mais materialmente, mas astralmente.
Aí termina propriamente a nossa velha humanidade. A velha humanidade se
multiplica fisicamente, ainda que seja por amor. Já é um grande avanço, quando
faz por amor, e não por libido. Mas ainda é da velha humanidade.
A nova
humanidade chegará a ponto de se multiplicar simplesmente de corpo astral para
corpo astral. O corpo astral do homem ia atuar a qualquer distância sobre o
corpo astral da mulher e continuar uma nova humanidade. Isto está no
Apocalipse: “No fim dos tempos” diz a revelação de João, “haverá um
novo céu e uma nova terra, e o reino de Deus será proclamado sobre a face da
terra.” Haverá um novo céu. Quer dizer, este novo céu é isto aqui: O
espiritual. E por isso também haverá uma nova terra (isto aqui). Um novo
espírito e um novo corpo.O Apocalipse chama um novo céu, espiritual; e uma nova
terra, corporal. A terra é o corpo e o céu é o espírito.
Mas, se não
houver um novo céu espiritual, uma consciência espiritual altamente
desenvolvida, não pode haver uma nova terra. A nova terra é a humanidade
imortal e o novo céu é a consciência do nosso Eu espiritual. Parece que o nosso
planeta terra ainda vai ser o habitáculo futuro duma humanidade gloriosa.
Parece que este planeta terra em que vivemos, depois de ser expurgado das suas
escórias, que nós produzimos; isto tudo ainda é escória aqui. Muita escória ou
pouca escória, mas não está expurgada. Parece que o nosso planeta terra está
tão privilegiado. Parece que é previsto para o habitáculo de uma humanidade
perfeita, futuramente, não por enquanto.
Ainda temos
que morrer e entrar na zona do corpo astral, mas o corpo astral pode ser
imortalizado. Mesmo que não seja agora, na vivência terrestre, nós não vamos
deixar de existir porque perdemos o corpo físico. Continuamos a viver no corpo
astral e podemos continuar a nossa evolução.
* * *
TRANSCRIÇÃO DA AULA 09 - Humanidades Paralelas
CURSO NOVA HUMANIDADE
Huberto Rohden
Aula 9: Humanidades Paralelas
24/05/1977
Agora
vamos voltar ao nosso tema habitual-
Moisés e o Gênesis.
Vocês
não vão compreender o Gênesis se não se basearem sobre o que Moisés quer dizer
no Gênesis. É o seguinte: Ele acha possível que haja uma humanidade tão
perfeita como ele. Porque ele era um homem sem nenhum defeito. Primeiro, nunca
teve doença em toda sua vida. Viveu 120 anos sem ter uma doença. A Bíblia
insiste neste ponto, que ele nunca
esteve doente. E insiste num 2o ponto, que ele nunca envelheceu.
Podem ler o texto da Bíblia: “E quando ele tinha 40 anos, estava em plena
juventude”. Quando saiu do Egito tinha 40 anos e quando voltou da Arábia
tinha 80 anos, estava em plena juventude. Depois, quando ele terminou a
peregrinação entre a África e a Ásia, na Palestina, quando ele não entrou na
terra santa, tinha 120 anos e estava em plena juventude.
A Bíblia
repete, e diz tão ingenuamente. “A luz dos seus olhos não se haviam apagado”,
nem na velhice de 120 anos. “E nenhum dente estava solto em sua boca.”
Isto ela indica como absoluta juventude. Nenhum dente estava solto em sua boca.
Nunca precisou de dentista. Com isto a Bíblia frisa a formidável juventude de Moisés.
Moisés
então diz: “Como é isto, eu vivo uma vida perfeita, física, mental e
espiritualmente. E por que o resto da humanidade não vive assim?” Agora ele
está diante de um mistério; porque ele não tem doença e porque todo mundo está
cheio de doença e morre antes da idade de vida; e ele não morreu. Segundo a
Bíblia ele nunca morreu. Ele se transformou em corpo astral, no alto do Monte
Nebo. E 1500 anos mais tarde ele reaparece no Tabor, ao lado de Jesus. Ele e
Elias em corpo astral.
Então
Moisés quer saber: “qual é o segredo desta eterna juventude do meu corpo.”
Está intrigado com isto. E descobriu o seguinte: descobriu que ele nasceu de
outro modo, e, que nascendo daquele modo como ele nasceu, não há doença e não
há morte compulsória. A gente se pode transformar, de corpo material para corpo
astral. Isto vai através de todo o Gênesis, esta idéia. Então, ele apresenta a
humanidade do passado, do presente, e visualizando a humanidade do futuro. E
faz ver que uma procriação puramente material como a dos animais não dá corpo
perfeito, não dá corpo imortal e permite doenças. Mas, se houvesse uma outra
espécie de procriação, de concepção sobretudo, então, não haveria doenças e não
haveria morte compulsória. Esta idéia vai através de todo o Gênesis.
Nós
estamos habituados a ler que Moisés era filho de uma mulher hebréia e que o
escondeu nas águas do Nilo, porque o faraó tinha dado ordem que todos os
meninos hebreus fossem afogados. Os hebreus se multiplicavam como coelhos e os
Egípcios estavam com medo que os hebreus tomassem conta do Egito. Eles eram
imigrantes. Então, o faraó mandou matar todos os meninos hebreus e jogar no
Nilo para se afogar.
E, diz a
Bíblia que a mãe de um menino escondeu o filhinho dela num cestinho e foi
encontrado pela princesa real do faraó;
quando esta princesa ia tomar banho no Nilo; naquele tempo a gente não
tomava banho de chuveiro, jogava-se no rio para tomar banho. E ela encontrou o
menino e o levou para casa e o adotou como filho, e lhe deu o nome de Moshe,
em hebraico, com sh. Nós demos Moisés. Moshe quer dizer, meu
filho, porque eu tirei das águas.
Então pensam
que Moisés quer dizer tirado das águas. Pura ilusão. Moisés quer dizer filho,
nada mais.muitos nomes egípcios acabam em moses, Tutmoses e outros moses.
Moisés e Moses são a mesma coisa. Ela disse: “ele é meu filho, porque eu o
tirei das águas.”
Agora escutem
bem, o que quer dizer tirar das águas: Madame Blavatsky, que é uma das grandes
iniciada do nosso século, a Helena P. Blavatsky, que escreveu livros
maravilhosos: A doutrina secreta, A voz do silêncio, e outros... diz,
“água” em sentido esotérico, quer dizer, astral. Quando os livros esotéricos
falam de sair das águas então querem dizer, “nascer do astral e não do
material.”
Então, a
princesa egípcia usa as mesmas palavras, “eu o tirei das águas.” Ela não
se refere às águas do Nilo, porque em linguagem esotérica, água não quer dizer
água física. Diz a Blavatsky, “água quer dizer a Potência creadora do
Universo.” Isto os livros esotéricos chamam água. Quer dizer, o mundo
astral que nós chamamos o mundo das puras energias cósmicas, segundo
Einstein. Isto os esotéricos chamam água. Não se refere a uma água física.
Refere-se a uma água astral. Então a princesa usa as palavras: “eu o tirei
do mundo astral, eu o tirei das águas.” Mas, ela não se refere às águas do
Nilo.
Tales de
Mileto, 600 anos aC, o 1o filosofo grego, começou a filosofia dele
assim: “Toda a vida vem da água.” O que Tales de Mileto quis dizer que
toda a vida nasce na água? Ele também se refere à água astral que não é água
física. Aqui temos a mesma linguagem de Tales de Mileto, que os esotéricos
usam.
E, Jesus fala
com Nicodemus, naquela célebre noite e diz:
“Se alguém não nascer de novo pelo espírito, não pode ver o reino de
Deus”. Então, Rabi Nicodemus diz: “Mas, como é que se pode nascer de
novo quando se é velho como eu? Será que posso voltar ao seio de minha mãe e
nascer mais uma vez? E Jesus repete:” “Se alguém não nascer de novo, de
água e de espírito,” agora ele acrescenta a palavra água, “não pode ver
o reino de Deus.” Que quer dizer, nascer de água e espírito?
Têm-se escrito
muitos livros sobre estas palavras. Certa igreja conhecida aqui diz: “Bem
isto deve ser o batismo- e nascer de água e espírito.” Mas, Jesus não falou
do batismo absolutamente. Ele falou dum outro nascimento, não físico. De um
nascimento astral, e ele sabia que a gente pode nascer astralmente em vez de
nascer materialmente. Então ele diz a Nicodemus: “Se alguém não nascer de
novo de água e de espírito...” Nós não nascemos de água e espírito, nós
nascemos de matéria e de espírito. Mas ele exige nascimento de água e de
espírito para ver o reino de Deus.
Evidentemente
ele fala de um outro corpo que não é concebido materialmente como corpo animal,
mas que é concebido astralmente como o corpo de Jesus. Ele fala de seu próprio
corpo, de Jesus, porque ele tinha nascido de água e espírito. Água em linguagem
esotérica quer dizer, a energia astral do Universo. Isto ele chama água.
E quando Jesus
fala com a samaritana, que sabia muito bem o que era nascer de matéria, porque
ela tinha tido 5 maridos e tinha mais um amante... então ele sabia muito bem o
que era nascer fisicamente. E, Jesus fala com a samaritana: “Se tu
conhecesses o dom de Deus e aquele que te está falando, tu lhe pedirias água e
ele te daria água viva.” Outra vez a coisa misteriosa de “água viva”.
Ele te daria água viva, e esta água se tornaria dentro de ti, uma fonte
jorrando para a vida eterna. Outra vez a alusão a um outro nascimento.
Nós sempre
pensamos que ele fala de um nascimento puramente espiritual, mas não é verdade,
porque o nascimento espiritual não precisa nascer de água e de espírito, basta
nascer de espírito. Ele está falando de um nascimento de um corpo diferente
daquele corpo que nós temos hoje, porque o corpo de Jesus tinha nascido assim,
astralmente e não materialmente.
Se vocês
compreenderem o Evangelho de São Lucas que era um médico grego muito
erudito...além de ser evangelista era médico
grego. E Lucas tenta explicar como é que o corpo de Jesus se formou. Usa
palavras misteriosas. Ele diz: “Foi anunciado a Maria que um sopro sagrado
virá sobre ti.” Falando do corpo astral, um sopro sagrado.
E os nossos
bons teólogos traduzem “o Espírito Santo”, mas não tem nada de Espírito
Santo como 3a pessoa da Santíssima Trindade. Lucas não sabia nada
disto. Um sopro sagrado virá sobre ti, e a Potência Suprema ti envolverá em sua
aura. Isto está lá no Evangelho grego. A Potência Suprema, não a potência
material masculina, mas, a Potência do mais alto te envolverá em sua aura.
Lucas faz depender a concepção do corpo de Jesus de
uma Potência Suprema, de um sopro sagrado e de uma aura que envolveu todo o
corpo de Maria. É muito misterioso para nós, mas é o mesmo modo de concepção de
que fala o Gênesis. Moisés foi talvez o único homem, ou um dos poucos que antes
de Jesus nasceu de concepção astral.
E a princesa, cujo retrato eu trousse aqui, que é a
filha do faraó Ramsés II ... o
original está em Berlim, no museu, vocês podem procurar.
Esta
cabeça de mármore branco que eu tenho uma fotografia... e sobre a fotografia eu
mandei fazer um desenho ampliado. Então, esta princesa real do Egito que se
chamava Hat - Shep- Sut (esta cabeça foi encontrada no século passado por um
cientista alemão que escavou lá nas ruínas do Egito, está no museu de Berlim).
Esta princesa adotou segundo a Bíblia, Moisés, mas nós temos outra mensagem.Uma
mensagem extrabíblica muito conhecida, que diz que a princesa real concebeu
Moisés de um modo astral, na ausência de um homem físico. Mas, com potências
astrais, que também existem fora dos espermatozóides masculinos. E a Blavatshy
diz muito bem. A potência astral existe no Universo e muitas vezes se serve dos
elementos masculinos para realizar uma concepção astral, sem contato físico,
como aconteceu com o corpo de Jesus.
Deve ter
acontecido isto com o corpo de Moisés. Imagine se a princesa real tivesse
tirado das águas um hebreuzinho que, além disso, era escravo, detestado pelos
egípcios. Será que ela teria criado com tanto amor e com tanto carinho, este
menino, este escravo? Que casualmente tenha encontrado nas águas do Nilo? Não,
diz a Bíblia que ela o educou por 40 anos na corte real do Egito. 40 anos ele
viveu na corte real. Depois ele foi enxotado do Egito, porque era um subversivo.
Ele queria libertar o povo dos hebreus que eram ótimos trabalhadores.E o faraó
não queria deixar partir.
Moisés
trabalhava para tirar este povo do Egito. Um subversivo, nós diríamos, um
rebelde contra o governo. E ele foi perseguido. Os príncipes do Egito queriam
que o faraó decretasse sentença de morte sobre este subversivo e o faraó
decretou: “Eu te condeno, não para a morte mas, para a vida, eu te condeno
para a vida de solidão.” Expulsou para o deserto, para ele morrer sozinho
no deserto. Foi o maior favor que o faraó fez a Moisés, porque Moisés precisava
disto mesmo.
Ele
peregrinou, foi para o outro lado do deserto e chegou até a Arábia. E lá se
tornou pastor de rebanho do seu futuro sogro . E ficou 40 anos na Arábia. O primeiro período- 40 anos é no Egito. Magia
mental. Isto era sabedoria dos egípcios. Os egípcios conheciam segredos da
natureza estupendos. Conheciam até eletricidade. Aquela arca da aliança em que
Moisés carregava consigo na peregrinação, chamada arca da aliança; era uma verdadeira pilha
elétrica.
Se vocês querem ver como é que ele construiu a
pilha elétrica, leiam o livro do Êxodo-cap. 25. Lá está claramente expresso que
Moisés conhecia a eletricidade. Ele mandou fazer uma caixa pequena de madeira
de acácia bem seca. Ele diz: “As tábuas devem ser bem secas”. Porque
madeira seca não conduz eletricidade. Só madeira úmida. Então ele diz que deve
ser uma caixa de acácia e que de cada lado deve ter um varal de ouro puro, para
carregar aquela caixa. E nunca se deve
tirar este varal de ouro, mesmo quando estivesse em repouso no tabernáculo.
Por que não? Por que não se
podia retirar aquelas varas de ouro? Porque Moisés sabia muito bem que uma
caixa precisa de antenas para conduzir a eletricidade do ar. E em certos dias
aquela caixa se tornava luminosa. Havia uma nuvem por cima da caixa, a arca da
aliança. E quando havia uma nuvem luminosa sobre a arca da aliança, eles
consultavam Deus sobre certas coisas. Por que tinha uma nuvem luminosa lá em
cima? Porque em cima da arca da aliança tinha 2 querubins de ouro, 2 estátuas
de ouro com as asas voltadas para dentro, mas sem contato.
E Moisés disse: Entre as
asas dos querubins deve ter sem contato de tantas polegadas. Lá se contava
com polegadas, não tinha centímetro ainda. Então deixa espaço entre as asas dos
Querubins de tantas polegadas e por cima destas asas dos querubins havia a
nuvem luminosa. Nós sabemos que a eletricidade em certo tempo forma
eletricidade estática, galvânica, que dá luminosidade. Eu vi isto muitas vezes;
nos Alpes isto é comum.
Moisés sabia de todos estes
fenômenos. Quer dizer, ele era instruído em toda sabedoria dos egípcios, mas
foi enxotado porque se fez subversivo. Foi para a Arábia e iniciou seu segundo
período de vida, que não era mais de magia mental, mas era de experiência
mística. 40 anos de experiência mística ele teve na Arábia, como pastor de
rebanhos, na sua tremenda solidão.
Depois, ele tinha 80 anos.
Estava em plena juventude, afirma a Bíblia. A luz de seus olhos não se haviam
apagado e nenhum dente da sua boca estava solto. A Bíblia repete...isto é sinal
de juventude. E ele foi para o Egito porque Deus o mandou libertar o povo.
Voltou para o Egito aos 80 anos, armado de umas tremendas forças mágicas e
místicas. A magia ele recebeu no Egito. A mística lhe veio no deserto, na
solidão. E com estes poderes extraordinários ele exigiu do faraó que soltasse o
povo, que era quase um milhão de pessoas, os hebreus.Estiveram no Egito 430
anos, escravos. Tinha cerca de um milhão de pessoas escravizadas.
E Moisés fez questão de
libertar o povo, mas o faraó negou tudo. Então, vieram as pragas. As nove
pragas que Moisés lançou são magia mental. Ele produz doenças por meio de magia
mental. Homem poderoso. Produziu sobre
um país inteiro com magia mental, mas não conseguiu nada porque os magos do
Egito sabiam tanto como ele. Também tinham sido instruídos nesta magia.
Neutralizaram todas as pragas. 9 pragas foram neutralizadas, diz o texto.
E Moisés disse: “Eu tenho
inimigos poderosos aqui no Egito. Eles sabem tanto como eu”. Então, diz o
texto, Moisés resolveu lançar a ultima cartada contra o faraó para obrigá-lo a
soltar o povo escravizado. O que ele fez? Diz o texto que ele se preparou para
a morte dos primogênitos. Ele queria matar todos os primogênitos de todo Egito. Quem fosse primogênito, desde o
palácio do rei até a ultima escrava ia ser morto numa noite só. De que modo
Moisés ia matar milhares de primogênitos numa única noite? Magia mental.
Ele esperou o plenilúnio do mês
de abril. A lua cheia. Porque a magia se faz em noite de lua cheia. É sabido. A
lua nova, não dá certo. Só em lua cheia. Lua nova é espiritual e lua cheia é
mental. E Moisés disse: vou esperar a primeira lua cheia da primavera; abril,
lá no hemisfério norte. Aqui é outono. Ele esperou a primeira lua cheia do mês
de abril, que naquele tempo se chamava Nisan, é o nosso abril. E na
noite de lua cheia diz o texto, ele se concentrou mentalmente. Ele devia ter
uma tremenda concentração mental e produziu uma entidade astral.
Na concentração mental, ele
criou uma entidade astral de pura energia. E deu ordem a esta entidade astral
que percorresse todo o Egito e matasse em cada casa o primogênito, fosse quem
fosse. Fosse filho do faraó, fosse filho do escravo do faraó. E a entidade
astral perguntou: “Quem são os egípcios?” e Moisés disse: “São todos
habitantes deste país, menos os hebreus,” porque os hebreus moram no meio
deles. E a entidade astral, que na
Bíblia se chama o anjo exterminador, o anjo da morte, perguntou a Moisés: “Quem
são os hebreus, que eu não devo matar?” Então Moisés diz: “Os hebreus
são aqueles que eu dei ordem que pintassem os batentes das suas portas com
sangue de cordeiro. Onde encontrares sangue nos batentes das portas e nas vegas
das portas, não entres. Estes são os hebreus.”
Então Moisés deu ordem a todos
os hebreus que matassem um cordeiro e pintassem os batentes das suas portas, as
Vegas de cima com sangue do cordeiro. E assim fizeram. E o anjo exterminador
percorreu todo o Egito numa noite e quando encontrava uma porta pintada com sangue
fresco não entravam. Mas matou todos os outros primogênitos. Isto está lá na
Bíblia. Quer dizer, um poder sinistro que este Moisés tinha. Matando milhares
de pessoas numa noite.
E então o faraó deu ordem que
saíssem . Deu ordem a Moisés que saísse com todo o seu povo na mesma noite. E
não ficasse mais nenhuma noite. Um povo azarento assim não se pode tolerar. E
Moisés deu ordem aos hebreus que saíssem na mesma noite do plenilúnio de abril.
Saíram às pressas... é o que eles chamam Páscoa deles. A Páscoa judaica é a
libertação do Egito. Não tem nada que ver com ressurreição. A Páscoa judaica é
o nosso 7 de setembro, libertação nacional, porque eles eram escravos. Então se
libertaram e começaram o Êxodo. A saída do Egito. Bem, tudo isto está escrito
na Bíblia.
Depois ele peregrinou para a
terra santa com todo o povo. Imagine! Ele mandando 1 milhão de pessoas, sem
armas, sem nada. Só com a tremenda magia mental dele. E mandou afogar todo o
exército do faraó no Mar Vermelho. Deu água ao povo batendo no rochedo. É tudo
magia mental. Porque quando a gente entra na zona da magia mental todas as leis
da natureza nos obedecem. Não precisa nem mística espiritual para isto. Jesus
fazia isto, talvez com mística espiritual. Mas Moisés faz em grande parte com
magia mental. Os egípcios eram campeões de magia.
Mas o povo não chegou à terra
da Promissão. Por que não? Não chegaram. Levaram 40 anos pelos desertos e não
chegaram. Porque eles murmuraram contra Moisés dizendo: “Moisés, que
historia é esta? Nós passávamos tão bem lá no Egito. Éramos escravos, é
verdade, mas tínhamos a barriga cheia, não é? Então não era melhor, ser escravo
de barriga cheia do que morrer de fome aqui no deserto? Vamos voltar para o
Egito!” E Moisés disse a Deus: “Este povo é mesmo ingrato. Eles preferem
a escravidão com fartura, à liberdade austera. Aqui não tem panelas cheias de
carne e cebola, mas eles querem panelas cheias de carne e cebola. Materialistas!”
Então disse Deus: “Moisés
diz ao povo que nenhum deles, que saiu do Egito, vai entrar na terra da
Promissão; mas só os seus filhos, que nasceram no deserto e na liberdade
austera.” E assim aconteceu. Imaginem! Eles levaram 40 anos do Egito
para a Palestina. A gente faz isto numa semana, até à pé. Não é muito longe. A
gente faz isto até a pé. Não tinha automóvel, nem avião, naquele tempo. Tinha
cavalos, tinha camelos. Mas eles levaram 40 anos. Não porque fosse muito longe,
mas deviam morrer todos os amigos da escravidão, e somente os filhos da
liberdade é que deviam entrar na terra santa. Por isso é que eles morreram. Não
puderam entrar.
Então diz o texto: “Moisés
os conduziu até a fronteira de Canaã, que corria de leite e mel.” Era um
país muito abundante, que corria de leite e mel; que diz que tinha abundancia
de tudo. Mas, não entrou. Subiu o Monte Nebo, olhou para a terra e
transformou-se; e nunca mais voltou. Não
morreu, mas astralizou o seu corpo. Ele tinha vindo do astral, passando pelo
material, e voltou ao mundo astral. O mundo astral é o mundo de pura energia.
Então Moisés, depois de feito
tudo isto... enquanto fazia isto pensou: “Por que o resto da humanidade não
pode viver como eu vivia, em perfeita saúde e sem velhice, nem morte?” Ele
descobriu que havendo uma procriação material de corpo a corpo, como o animal,
não há corpo imortal. Mas, se houvesse uma procriação energética, não material,
astral (energia quer dizer astral) – então haveria corpo sem doença e sem
morte.
Então ele escreveu o Gênesis
insistindo sempre na necessidade do homem não se procriar fisicamente como o
animal, mas de se procriar astralmente como tinha acontecido com ele. Isto
precisam não esquecer. Ele quer crear uma eugenia humana perfeita. Uma eugenia
como nós chamamos hoje em dia. Uma vida perfeita. É uma eugenia (em
grego). Uma eugenia seria um corpo sem doença. Um corpo em eterna
juventude, isto seria uma perfeita eugenia. E isto Moisés acha possível.
Mas, contanto que o homem não
se multiplicasse como animal, mas hominalmente, e não animalmente. Porque ele
descreve como o espírito dos Elohim, o espírito de Deus, tinha vindo
sobre eles e transformado o corpo animal do homem num corpo hominal, um corpo
humano. Quer dizer, aqui há duas coisas. A vida animal já existia. Ou como diz Teilhard
de Chardin, veio uma descontinuidade da vida na continuidade da
vida. Muito bem descrito. A continuidade da vida é esta aqui e a descontinuidade
da vida é esta vertical.
Uma descontinuidade
espiritual enxertada na continuidade animal. Esta vertical, uma
espiritualidade, o sopro de Deus enxertado na animalidade. É evidente que
Moisés supõe que o corpo humano já existia como ser vivo. Ele diz claramente:
“A Zoé foi enxertada na psiché.”
Está lá no Gênesis. Zoé em grego quer dizer vida espiritual; psiché
quer dizer vida animal. Está lá claramente, no Gênesis. “A Zoé foi
enxertada na psiché”, que já existia. A vida do animal.Da planta e do
animal chama-se psiché, e uma vida espiritual, Zoé (às vezes se
encontra uma pessoa que se chama Zoé, eu conheci duas pessoas).
Nós temos
psiché no nosso corpo, e recebemos o Zoé, pelo espírito. Então,
as duas vidas; a vida espiritual entrou em conflito com a vida animal. Depois
nasceu a vida intelectual e piorou o conflito. Agora a vida animal não luta
propriamente contra a vida espiritual, mas se entra no animal a vida
intelectual, então começa a luta. Porque sempre a nossa inteligência luta
contra o espírito.
A Bhagavad Gita sabia disto. A
inteligência é o nosso ego e o espírito é o nosso Eu. Isto aqui (horizontal) é para nós o nosso ego, e isto
(vertical) para nós é o nosso Eu. E na Bhagavad Gita diz: “o ego é o pior
inimigo do Eu, mas o Eu é o melhor amigo do ego.” Então entraram em
conflito- o ego intelectual e o Eu espiritual. O ego intelectual quis continuar
a vida na horizontal e o Eu espiritual quer iniciar uma vida nova espiritual. E
armou-se um conflito.
Então Moisés diz: “É preciso sair da horizontal
da animalidade e entrar pouco a pouco na vertical da espiritualidade.” Mas,
como isto não se faz de um dia para o outro era necessário formar uma série de
linhas ascensionais; estas aqui subindo aos poucos, até chegar lá em cima. Isto
está tudo no Gênesis. Isto Moisés chama a “árvore do conhecimento do bem e
do mal”. E aquilo, (vertical) “árvore da vida.” “Não deveis comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque isto dá um corpo mortal, e
deveis comer da árvore da vida, porque isto dá um corpo imortal.”
Isto aqui, dá um corpo cheio de
doenças e de morte; e isto aqui dá um corpo sem doenças e morte. Ele tinha
experimentado isto, porque ele nunca teve doença, e não morreu. E mais tarde
Jesus fez a mesma coisa. Aqui também, nesta linha estava Jesus.
Eu já expliquei na última aula
porque isto chama árvore do conhecimento do bem e do mal. É uma linguagem
bíblica que nós não conhecemos. Conhecer na Bíblia significa sempre ter relações sexuais. “Adão conheceu sua
mulher e ela concebeu.” É claro que ele não conheceu com a cabeça, mas
conheceu com o corpo. Isto na Bíblia se chama conhecer. E quando o anjo Gabriel
anuncia a Maria que ela vai ser mãe, ela diz: “Como? Eu não conheço varão?”
Mas ela não conhecia José? Não eram noivos? Como é que ela afirma que não
conhece homem? Mas ela não quis dizer que não conhecia mentalmente. Ela quis
dizer: “Eu não tenho relações sexuais com nenhum homem.” E só depois de
ter a explicação que a fecundação não seria material, mas astral, aí ela
consente. “Faça-se em mim segundo a tua palavra. Eis aqui a serva do
Senhor”. Aí ela consente uma
fecundação astral. E depois o Verbo se fez carne. Está lá.
Moisés sabia de tudo isto.
Então, ele quer crear uma eugenia perfeita, e quer que o homem não tenha
doenças, nem morra necessariamente, como acontecera com ele. Mas isto não se
pode fazer de um dia para o outro. Até hoje não se realizou. Uns poucos
imortalizaram seu corpo, como Enoc, Elias, Moisés e outros. E em nossos dias
Babaji, Saint Germain, alguns outros... mas o grosso da humanidade não chegou
até aí. Moisés entende que futuramente a humanidade pode fazer isto. Pode subir
da horizontal zero para a vertical 90 vamos dizer. Um ângulo reto tem 90o . Aqui é
zero- lá é 90- aqui no meio é 45o . Alguns homens chegaram até aqui.
Transformaram o seu corpo material num corpo astral. Enoc, Elias, Moisés, Babaji, Saint Germain, e outros.
Agora, uns poucos chegam lá.
Moisés era um dos poucos que estava lá. Jesus também. Segundo o Evangelho de
São Lucas e de Mateus, ele estava na vertical duma concepção puramente
imaterial, astral. Aqui ainda há ainda uma mistura de material e espiritual.
Mas, lá em cima acaba o material. 90o ângulo reto, é pura
espiritualidade. Aqui há também uma mistura de concepção material e de
concepção espiritual.
Estranhamente, porque o homem
ficou no plano da concepção material, a culpa é dada a Eva, e não a Adão. Que
coisa estranha. Nós ficamos desanimados. Será que Moisés era tão antifeminista
para dizer tais coisas? Para acusar a Eva de ter provocado esta concepção
material? Mas logo depois vem a reconciliação. De fato primeiro ela sucumbiu.
Ela entrou em contato com a inteligência que se chama serpente e a serpente da
inteligência disse: “Por que vós não
vos reproduzis como os outros seres?” e Eva diz: “Mas isto nos é
proibido, nós temos proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do
mal- do sexo.” O bem é o nascimento e o mal é a morte. Nós não devemos
procriar um corpo que nasça e morra. E a Bíblia chama o bem e o mal.
Nós não devemos ter estas
relações, porque senão nós criamos um corpo que nasce e depois morre. Mas os Elohim
disseram que nós devemos procriar um corpo que não morra nunca. Então a
serpente da inteligência disse: “Não, isto não é verdade.” E aí Eva se deixou
enganar como ela mesmo confessa depois. “Eu fui enganada pela serpente.”
E quando vieram os Elohim e lhe perguntaram: “Por que
desobedeceste nossas ordens?” Ela
diz: “A serpente me enganou.”
Isto nós diríamos: “A inteligência me enganou.”
E depois vem as 3 maldições- 1o vem a maldição à serpente;
depois vem a maldição à mulher e no fim vem a maldição ao homem. Isto
aconteceu no princípio. Mas depois vem a
reabilitação de Eva. É muito bonita esta reabilitação. Logo depois reaparecem
os Elohim (as forças creadoras, nunca se chamam Deus), e fizeram um
ajuste de contas. Chamaram somente a serpente e Eva. Desta vez Adão não está.
Aliás, o Adão nunca viu a serpente. O Adão nunca falou com a serpente. Nunca
existe nenhum contato de Adão com a serpente. Todo contato é entre a serpente e
a Eva.
Então, reaparecem os Elohim,
chamam Eva e a serpente e vêm estas palavras gloriosas. Nós vamos pôr inimizade
entre a serpente e seu descendente; e entre a mulher e seu descendente. Agora
já vem a inimizade entre Eva e a serpente. No principio era a amizade. Se ela
se deixou derrotar pela serpente, pela inteligência, é porque ela era muito
amiga da inteligência, serpentina. Agora vem a inimizade. “Havemos de pôr
inimizade entre ti, a mulher, e a serpente, entre teu descendente e o
descendente da serpente.” Aqui aparecem as duas humanidades. A humanidade
animal e a humanidade espiritual. Aqui já vem separação entre isto e aquilo.
Agora eles vão colocar inimizade, incompatibilidade entre a velha humanidade e
a nova humanidade.
Aqui começam as duas
humanidades. A velha humanidade é da serpente. A nova humanidade é da mulher.
Não mais a mulher que foi enganada pela serpente. Não, a mulher que já se separou
da serpente. Aqui está uma reabilitação de Eva. E uma sublimação. Estas
palavras que estão no segundo capítulo do Gênesis: “Nós, as forças
creadoras, os Elohim, vamos pôr inimizade entre ti, Eva, e teu descendente; e
entre a serpente e seu descendente.”
Até aqui o texto grego da Septuaginta
e a Vulgata latina estão de perfeito acordo. Agora começa o grande
desacordo entre os dois. Nós todos estamos habituados a ler a Vulgata latina
porque as nossas traduções são todas feitas pela Vulgata Latina. E na Vulgata
Latina vem agora o seguinte texto: “Poremos inimizade entre ti e a
serpente, entre teu descendente e o descendente da serpente.” Agora a Vulgata
diz: “Tu Eva esmagarás a cabeça da serpente e a serpente armará ciladas ao
teu calcanhar.”
Isto está na Vulgata Latina
que vem do terceiro século da era cristã. Não tem nada disto no grego. Não tem
uma palavra disto no texto grego que é 300 anos aC. E o texto latino é de 200
ou 300 anos depois de Cristo. Uma diferença de 500 ou 600 anos. O texto grego
não diz: “Ela te esmagará a cabeça e tu armarás ciladas ao seu calcanhar.”
Isto não está lá. Ninguém sabe porque a Vulgata introduziu isto. Em grego está..., primeiro não está ela, mas
ele. Autos e não Auté. Na Vulgata está ela,
a mulher esmagará a tua cabeça. No grego está ele, o descendente dela.
Ele... também não diz esmagará
a cabeça. O que está lá? “Ele espreitará a tua cabeça e tu espreitarás o
seu calcanhar.” Que quer dizer? A nova humanidade espreita a
cabeça da velha humanidade e a velha humanidade espreita o calcanhar, isto
é, os passos da nova humanidade. Isto está no texto grego que é o
texto verdadeiro.
Vamos descobrir os sentidos
destas coisas misteriosas. Haverá duas humanidades no futuro. Nenhuma será
vencedora e nenhuma será derrotada. Ambas correrão paralelas. Uma humanidade
nova e a outra humanidade velha. A humanidade animal e a humanidade espiritual
correrão paralelas até o fim dos tempos. Ninguém vai esmagar a cabeça de
alguém.
Imaginem se a mulher esmagasse
a cabeça da serpente , como é que a serpente podia armar ciladas ao calcanhar
da mulher? Com a cabeça quebrada? Esmagada? Morta? Não tem lógica. Se a mulher
esmagou a cabeça da serpente acabou-se a história. Quer dizer, a Vulgata não
entendeu nada de lógica. Disse coisas que não combinam. Não está no texto grego
que ela te esmagará a cabeça. Ele te
espreitará a cabeça. Vai observar quais são os pensamentos da velha humanidade.
A nova humanidade vai vigiar o que a velha humanidade está pensando. Vai vigiar
a cabeça, e a velha humanidade vai vigiar os passos da nova humanidade. Para
onde é que esta nova humanidade vai. São duas humanidades paralelas.
No Evangelho nós temos a
história do joio e do trigo. É exatamente a mesma idéia. Havia um homem que
semeou trigo no seu campo. De repente
apareceu joio, mato, como diz o caipira. Erva daninha (gramínea). e os servos
disseram: ‘Vamos arrancar o joio do meio do trigo’. ‘Não, disse o dono, não arranqueis o joio
do meio do trigo, deixai crescer os dois conjuntamente, (o trigo juntamente com
o joio) até o fim dos tempos e só no fim
dos tempos se fará a separação.’ Mas durante toda a evolução os dois, o
trigo e o joio têm direito á sua evolução; evolução para o bem- (o trigo)- e
evolução para o mal- (o joio). Deixai os dois correr paralelamente.
É a mesma idéia do Gênesis.
Deixa a nova humanidade correr paralela à velha humanidade. A nova humanidade
não vai esmagar a cabeça da velha humanidade, mas elas apenas vão se espreitar
mutuamente. A nova humanidade quer saber: “Quais são os pensamentos da velha
humanidade ego?” porque a velha humanidade é o ego. A velha humanidade do
ego, vai dizer: “Para onde é que vai esta nova humanidade do Eu?” Isto é
que está no texto grego. Uma coisa muito profunda. Não vai ser exterminada
nenhuma das humanidades. As duas correrão paralelas, uma, rumo à luz, outra
rumo às trevas. Mas, ambas têm o direito a sua evolução. Deus não impede a
evolução dos bens e não impede a evolução dos maus.
Se os bons e os maus são
creaturas creadoras, cada um é responsável pelos seus atos. Ninguém precisa
exterminar os maus. Os maus se exterminarão a si mesmos. Algum dia os maus
farão a sua autodestruição e os bons farão
a sua vida eterna. Isto é que está lá. Então, aqui temos uma grandiosa
reabilitação de Eva. Porque Eva tinha sucumbido à sugestão da serpente, no
princípio, e logo depois os Elohim declaram: “mas, agora se acabou
isto. Eva não vai ser mais amiga da serpente, não vai ser enganada pela
serpente”.
Muitos atribuem isto a Maria,
mãe de Jesus. Pela Septuaginta, não se sabe nada disto. E nós conhecemos
aquela imagem muito bonita onde Maria, a mãe de Jesus está com os pés em cima
duma serpente, esmagando a cabeça da serpente. Isto foi tirado da Vulgata
porque a Vulgata diz ‘ela’ em vez de ‘ele’- o descendente
da mulher. Ele também não diz- esmagará a cabeça. Isto só pode ser calcada sobre o Gênesis. Esta mulher que
representa Maria, com os pés em cima duma serpente, esmagando-lhe a cabeça;
quer dizer, pela Vulgata se supõe que a nova humanidade vai exterminar a
velha humanidade.
Isto se supõe pelo texto da
Vulgata que é um texto mais recente, que é do 3o século, mais ou
menos. Mas pelo texto da Septuaginta que é 300 anos aC não consta que a
nova humanidade vá exterminar a velha humanidade. As duas correm paralelas, uma
à outra. Uma vigiando a outra. Quer dizer, a luta entre o bem e o mal vai
continuar até o fim do mundo. Nunca o mal vai ser exterminado.
Por que não? Porque onde não há
resistência não há evolução. Isto é do livro dos sábios de Princeton: “A
Gnose de Princeton.” Aquele livro que apareceu em francês. Os sábios, os
corifeus da era atômica, da Universidade de Princeton, escreveram um livro: “Gnoses”
- conhecimento; onde eles dizem – deve haver luta entre o bem e o mal. Nunca
deixará de haver luta. Porque se não houvesse luta não haveria evolução. Os
bons haviam de parar, estagnar e não fariam mais nada. Se eles não tivessem
resistência nos maus, os bons não chegariam ao termo de sua jornada.
Por isso, na parábola do joio e
do trigo, o joio é necessário, porque se não houvesse joio, o trigo não se
havia de desenvolver. Tanto o Gênesis, como o Evangelho, como este livro de
Princeton, supõe a necessidade de uma luta permanente entre o bem e o mal.
Porque o bem só faz sua evolução em face duma resistência. E onde não há luta,
sofrimento e resistência, não há evolução. Isto já está no Gênesis. As duas
humanidades irão até o fim dos tempos.
A humanidade da mulher que
agora já é mulher convertida, não é mais a Eva derrotada, mas a Eva vitoriosa.
A humanidade da mulher e a humanidade da serpente serão paralelas até o fim dos
tempos. Quer dizer, aqui já está o elemento resistência. O elemento luta. Se
tomarmos o texto grego que é muito mais autêntico do que o texto latino...
muito mais antigo... porque o texto grego, como já expliquei em outra ocasião,
foi calcado sobre o texto hebraico de Moisés...
Moisés viveu 1500 anos antes de
Cristo e o texto grego foi feito 300 anos antes da era cristã, em Alexandria,
na África; por 70 tradutores judeus. Judeus que conheciam perfeitamente a língua
deles, o hebraico, e a língua grega, que naquele tempo dominava todo o mundo.
Então eles traduziram o texto de Moisés para o grego. Esta nossa Septuaginta,
quer dizer, 70. Setenta tradutores traduziram isto fidelissimamente. Não
mudaram nada no texto hebraico, original.
Nós não temos o texto hebraico.
Só temos o texto grego. E muito mais tarde veio o texto latino. De maneira que
Moisés, repito, tem uma grandiosa visão da humanidade. Ele sabe que a
humanidade no princípio vai ser derrotada pela serpente, pela animalidade e
pela intelectualidade. Porque Eva, no princípio ainda representa a animalidade
e a intelectualidade; mas que no fim haverá separação, não vitória e derrota,
mas, separação. No fim talvez haja vitória da nova humanidade e derrota da velha humanidade, mas isto não
está no Gênesis. A visão vai até a separação.
“Porei inimizade entre ti e
a mulher, entre teu descendente e o descendente dela.” Mas os dois sempre
andam paralelos, vigiando um ao outro. Nós estamos vendo. Até hoje assim
aconteceu. Cada um é responsável pelo fato se ele pertence à nova humanidade
que vai progredindo rumo ao espírito, ou, se ele permanece na velha humanidade
que se contenta com as suas animalidades e intelectualidades, muito cômodas.
Isto, cada um tem que resolver por
si. Mas, em resumo, esta visão de Moisés é uma visão grandiosa sobre a evolução
da humanidade, na sua derrota, na sua separação e talvez finalmente na sua
vitória. Não se sabe. Moisés não fala de uma vitória final. Só fala do
paralelismo das duas humanidades.
* * *
TRANSCRIÇÃO DA AULA 10 - Tese filosófica sobre o homem
CURSO NOVA HUMANIDADE
Huberto Rohden
Aula 10: Tese filosófica sobre o homem
31/05/1977
Agora vou
explicar outra coisa. Há três teorias sobre a origem do homem, aqui neste
planeta terra. Porque ninguém sabe donde nós viemos. Ninguém sabe. Nós somos um
eterno mistério. Porque nós somos diferentes de todo o resto do planeta terra.
Por um ponto, pela inteligência. O resto, não. O resto é a mesma coisa. Mas,
como é que apareceu aqui um ser inteligente como nós, ninguém explicou até
hoje. Eu vou explicar, a probabilidade; que são 3 teorias:
1o
– Teoria teológica
2o
– Hipótese científica
3o
– Tese filosófica
Eu
acho mais provável a tese filosófica da origem do homem, menos provável a
hipótese cientifica. E nada provável a teoria teológica.
Ultimamente
apareceu uma 4a teoria, que é muito recente. Apareceu há poucos
anos. Que nós não somos cidadãos da terra. Que nós somos imigrantes. Isto é
daquele fantasioso escritor suíço Erich Von Däniken: “Eram os deuses
astronautas” - “De volta às estrelas”.- aqueles livros foram best
sellers durante muito tempo por uma editora daqui de São Paulo. Fizeram
muito dinheiro, o autor e o diretor. Fizeram milhões. Mas, isto não nos
interessa, os milhões. Interessa a probabilidade.
Erich Von
Däniken, aquele escritor suíço que agora desapareceu completamente. Ninguém
mais fala nele. Ele esteve aqui em São Paulo, fez conferências no Clube
Transatlântico. Eu assisti as conferencias dele, em alemão, mas agora ele
desapareceu. Ele diz que o homem não nasceu aqui neste planeta terra. Ele foi
importado de outros planetas do universo, muito mais avançado do que nós, é
claro, onde já existia esta espécie de seres como nós. E os astronautas, os
deuses eram astronautas, diz ele, vieram aqui com discos voadores, com outros
aparelhos, e desembarcaram alguns homens aqui, e nós somos descendentes destes
habitantes, que vieram de outros planetas.
Isto é a
fantasia de Erich Von Däniken, que alarmou o mundo inteiro com seus
livros ultimamente. Mas, poucos anos depois, tudo silenciou. E, agora uma
grande revista do rio acha que tudo isto é chantagem. Bem, não vamos falar
disto aqui, porque não pode ser aceito cientificamente, o que seria a 4a
teoria.
Vamos
falar das outras três teorias que já têm séculos e milênios. A mais antiga é a
teoria teológica. A mais recente é a hipótese cientifica que começou no século
passado com Charles Darwin. É a teoria darwinista. Vamos primeiro tratar
da teoria teológica, que é da Bíblia. Aliás, a Bíblia não diz isto mais, a
interpretação que nós costumamos dar do texto do Gênesis, originou esta teoria.
A teoria teológica, então, em poucas palavras é o seguinte:
Este
mundo já estava povoado de muitos seres vivos; plantas e animais já existiam
muito antes de nós, no 1o, no 2o, no 3o, no 4o,
e no 5o período de creação; no yom, como dizem os hebreus,
que nós traduzimos erradamente por dia. Yom, quer dizer período. Os seis
yom da creação. Cada yom pode ter levado milhões de anos. Não
eram dias, eram períodos cósmicos imensos. Vamos então traduzir que houve 6
períodos sucessivos de creação.
E diz a
Bíblia que no fim do 6o yom, no fim do 6o período,
no último, no fim de tudo, os Elohim, as forças creadoras resolveram
crear o homem. Então, a teologia diz que nós somos as últimas creaturas que
apareceram aqui na terra. E as mais recentes, portanto. Mas, as mais
importantes, porque temos alguma coisa que os outros não têm. Então, os
teólogos entendem que no 6o período de creação Deus resolveu crear o
homem, separadamente de todo o resto.
E segundo a teologia, o homem
nada tem que ver com os animais, nem sequer o corpo veio dos animais. Muito
menos o espírito é claro, mas que os Elohim, as divindades ou as forças
creadoras resolveram fabricar de terra, de barro, um corpo especial, não um
corpo animal, um corpo diferente. E, insuflaram neste boneco de barro o
espírito de Deus. Isto é em poucas palavras, a teoria teológica até hoje. Isto
não está no Gênesis, mas isto é uma interpretação que os teólogos dão destas
palavras. Se isso fosse verdade, nós nunca poderíamos explicar porque é que o
nosso corpo é inteiramente igual ao corpo dos mamíferos superiores, dos
primatas, que são os mamíferos mais aperfeiçoados que tem neste planeta terra.
Os primatas! Ninguém explica a
completa semelhança entre o corpo humano e os mamíferos superiores; porque se o
nosso corpo não veio do animal, não se explica a identidade completa em todos
os órgãos internos e externos do nosso corpo. Qualquer médico sabe disto. Todos
os órgãos dos animais superiores estão em nós. Funcionam, do mesmo modo. Isto
torna muito improvável a explicação que os teólogos dão, que o nosso corpo não
veio dos animais, mas que foi fabricado especialmente para nós.
Então, Deus teria copiado um
corpo animal; por que é que não fez um corpo muito mais perfeito, se nos
queriam insuflar o espírito? Ele devia ter feito um corpo muito mais perfeito,
que um corpo animal, porque o nosso corpo não é mais perfeito que o corpo
animal. Alguns animais têm o corpo mais perfeito do que nós. Alguns animais têm
os cinco sentidos muito mais aperfeiçoados. O olfato maravilhoso que cheira a
distância qualquer coisa; o nosso olfato
está atrofiado, nós não cheiramos quase nada. O nosso olhar não é tão penetrante
como o olhar das águias. O nosso ouvido não é tão aperfeiçoado como o ouvido de
um cão de policia, e que outros animais noturnos sobretudo; ouve a grande
distância o menor ruído. Nós não ouvimos a grande distância. O nosso ouvido não
é muito perfeito. Os nossos olhos não são muito perfeitos. O nosso olfato está
completamente atrofiado. Neste ponto nós somos inferiores aos próprios animais.
E o corpo? Se os Elohim quiseram
dar um corpo perfeito nos deveriam ter dado outro corpo muito melhor. Esta
teoria é muito improvável. O modo como os teólogos explicam. Em segundo lugar,
no Apocalipse, que é o último livro da Bíblia está claramente declarado que o
nosso corpo é do animal. Veio o animal do mar, diz o texto do Apocalipse, e
foram lhe dados os dons do dragão. No Apocalipse, a serpente sempre é o dragão.
O dragão e a serpente sempre representam a inteligência. Foram nos dados os
dons da inteligência ao animal, está lá. No Apocalipse está claramente que era
um animal vivo.
E Teilhard de Chardin, o
grande cientista do nosso século também diz: “Nós passamos através da
biosfera e chegamos até a noosfera e vamos chegar futuramente até a logosfera.”
Primeiro vem a hilosfera da matéria, depois vem a biosfera da
vida animal, e agora estamos na noosfera da inteligência e futuramente
chegaremos até a logosfera da razão. Este é o itinerário evolutivo de um
dos grandes cientistas no nosso século, que também era teólogo. Pois era
sacerdote da ordem dos jesuítas, Teilhard de Chardin. Ele admite
tranqüilamente que nós viemos da biosfera, que é o animal, chegamos até
a noosfera que estamos nós atualmente, inteligência; e que vamos chegar
futuramente até a logosfera da razão espiritual.
Quer dizer, a teoria teológica
não pode ser defendida em pleno século XX, em que nós queremos coisa muito mais
séria e não coisa mitológica. Isto é uma teoria quase mitológica, que Deus
teria feito uma sessão especial lá no céu para decretar que ele ia crear uma
entidade muito mais perfeita que o animal, mas não nos deu um corpo mais
perfeito do que o animal. Em muitos pontos, até menos perfeito; nos deu uma
coisa, por enquanto, o que nos distingue do animal é unicamente a inteligência.
No resto nós não mudamos nada.
A inteligência é do pescoço para cima, quer
dizer, a nossa única coisa diferente do animal é do pescoço para cima; do
pescoço para baixo, nós não mudamos nada. O nosso andar ereto, é verdade,
começou com a inteligência. Quando nós recebemos inteligência nós não podíamos
mais andar horizontalmente como o animal, porque a nossa cabeça é a nossa
grande antena. A nossa principal antena é o cérebro. Está ligado à coluna
vertebral que também é uma antena. Cérebro e coluna vertebral são as nossas
antenas. Toda a nossa consciência passa através da coluna vertebral, onde estão
uns feixes de nervos e termina no cérebro.
E uma antena tem que estar em
posição vertical e não deve estar em posição horizontal., porque horizontal é o
animal que funciona entre os dois pólos. Entre o pólo norte e o pólo sul onde
tem as ondas elétricas. Ondas magnéticas, que vão de norte a sul. As ondas magnéticas.
Mas, nós precisamos mais do que ondas magnéticas. Nós precisamos receber ondas
mentais e espirituais. Por isso a nossa cabeça voltou para cima. Isto foi uma
necessidade da nossa evolução intelectual. Virar a nossa antena para cima.
Vocês sabem que a planta está
virada de cabeça para baixo. As raízes da planta são a cabeça da planta. Elas
se nutrem pelas raízes. Toda nutrição da planta vem da terra. Por isso nós
temos que plantar uma árvore com as raízes debaixo da terra, porque ela tira da
terra o seu alimento. Evidentemente, as raízes da planta são a cabeça da
planta. Ela está invertida. Ela está de cabeça para baixo, e os órgãos de
reprodução da planta são as flores. As flores estão para cima, porque são os
órgãos de reprodução. Sem flores nenhuma planta se reproduz. As flores dão
sementes e a semente reproduz a planta. Quer dizer, a planta é exatamente
vertical invertida. Vertical de cabeça para baixo e o resto para cima.
O animal fez isto. Ele está com
a coluna vertical em linha horizontal, geralmente porque ele precisa das
irradiações da terra. Nós voltamos a cabeça para cima e somos o único ser que
anda de cabeça para cima. E a coluna vertebral para cima também. E não é só a
nossa cabeça que é para cima, a coluna vertebral é para cima. Esta, a nossa
perfeição. Mas, pergunta-se se a inteligência nos melhorou, ou não? Bem, nos
melhorou intelectualmente, mas não nos melhorou moralmente, nem
espiritualmente. Humanamente, não melhorou. Pela inteligência nós exploramos
nossos semelhantes. A inteligência explora o mais possível a seu favor, os
outros. Quer dizer, a inteligência é terrivelmente exploradora.
Possessividade -nós pela
inteligência queremos apoderar-nos de tudo. Quanto mais, tanto melhor. Tiramos
dos outros e damos para nós, egoístas que somos. A inteligência é terrivelmente
exploradora, terrivelmente egoísta e terrivelmente agressiva.
Nós agredimos nossos semelhantes sem necessidade nenhuma. Quando o animal
agride outros animais é porque está com fome. Porque o animal só se defende ou
só agride os outros quando está com fome. Ou defende a sua ninhada, os seus
filhotes.
E nós, fazemos o mesmo? Nós não
matamos milhares e milhares, brincando. Nestas últimas guerras... Na última guerra, só Hitler matou mais de 6
milhões de inocentes. Não soldados, homens indefesos. Estavam tranqüilamente
nas suas casas. Só porque eram de outra raça. Veja que coisa faz a
inteligência: possessividade, agressividade... Horrível!
Quando Schweitzer estava
na África durante a primeira guerra mundial do Kaiser; Schweitzer estava na África , o grande Schweitzer,
e as tribos africanas estavam em território francês (e ele também estava em
território francês) foram convocadas à guerra pela França, contra a Alemanha. E
os negros contaram a Schweitzer: “Sabe Dr. Já morreram 10 da nossa tribo.”
E Schweitzer diz “Vocês pensam que são só 10? Já morreram milhares.
Não da vossa tribo, mas de outra. Milhões já morreram.” E os africanos disseram: “Mas, será que os
europeus têm tanta fome?”
Schweitzer diz: “Não,
eles não comem os mortos”. “Ah” disseram, “quando nós matamos
alguém é para comer, então eles matam e nem comem, são muito piores do que nós”.
Filosofia dos negros! Matar, quando está com muita fome, ainda se explica,
porque animal faz isto. Mas matar e deixar apodrecer lá no campo de Batalha...
“Estes são muito piores do que nós, os europeus. Graças a Deus que somos
melhores do que eles”. E Schweitzer conta isto no livro dele.
Isto vem de nossa querida
inteligência. Matamos milhares e milhões, por bobagem; na última guerra mundial
mais de 100 milhões de inocentes, não soldados, de inocentes, homens, mulheres
e crianças que não estavam em guerra. Quer dizer que a nossa inteligência é
terrivelmente agressiva. Mata a torto e a direito. Nenhum animal faz isto. Quer
dizer que a nossa inteligência não nos melhorou. Humanamente nós não ficamos
melhores, por causa da inteligência. Inteligência é uma coisa muito unilateral.
E na sexualidade, a
inteligência não nos piorou? Nenhum animal é
tão libidinoso como os homens. Os animais têm o seu período de cio.
Geralmente na primavera de cada ano como Walt Disney mostra naqueles
filmes sobre as focas. Durante a
primavera de cada ano, os focas moram numa ilha e as focas moram na outra ilha.
Então Walt Disney conta: “Na primavera de cada ano os focas visitam
as focas durante 3 meses. Fazem a sua procriação e voltam para sua ilha
tranqüilamente, para o resto do ano. Nem se importam mais com suas fêmeas aí.”
Para o outro ano repete a mesma coisa. Isto é do mundo selvagem dos animais.
Sexualidade controlada. Conforme as necessidades da espécie.
Que os homens fazem? Os homens
civilizados vivem no cio sexual 360 dias por ano. Os animais, 3 meses por ano.
Melhorou muito? E os animais só usam o sexo para procriação. Não usam sexo para
luxúria sexual, para libido. Mas, muitos homens, e provavelmente mulheres
também, praticam libido o ano inteiro sem nenhuma intenção de procriação. Quer
dizer, a inteligência hipertrofiou a própria sexualidade.
E as doenças? O animal selvagem
não tem doenças. O animal doméstico tem, porque já foi contaminado por nós. O
animal selvagem praticamente não tem doenças. O animal doméstico também tem
doenças. Por que? Porque o animal doméstico vive num ambiente completamente
desnatural. Imaginem! Pastos, estábulos e até gaiolas não são ambientes
desnaturais para o animal? O ambiente natural para o animal é a natureza, mas
não é um curral. Não é um pasto cercado. Não é um estábulo.
Quer dizer, nós adulteramos o
organismo do animal; quando domesticamos o animal está fora do seu ambiente
natural. E que comida nós damos ao animal doméstico? Completamente desnatural.
Nós fabricamos rações que a natureza não dá, mas, que nós inventamos. Porque
inventamos rações artificiais? Para a nossa ganância, e nosso egoísmo. Uma vaca
que vive selvagem no mato, precisa dar 5 litros de leite para o seu bezerrinho.
5 litros por dia dá perfeitamente para alimentar o bebê. As nossas vacas têm
obrigação de dar 30 l. Vaca holandesa tem que dar 30 l de leite. Não, para o
bezerro, para o nosso egoísmo. Assim, naturalmente o organismo da vaca fica
completamente adulterado; porque nós a obrigamos com certas rações a falsificar
o seu organismo, para nosso proveito.
E as galinhas? Uma ave natural
põe 5 ovos por ano. Quase nenhuma ave põe mais de 5 ovos por ano. As nossas
galinhas têm obrigação de pôr 200 ovos por ano, para nós vendermos. Nós lhe
damos rações tão artificiais que hipertrofiam os ovários da galinha e a galinha
queira ou não queira, tem que pôr ovos, não fecundados, ovos estéreis, não
galados. Assim somos nós a nossa inteligência é terrivelmente egoísta.
Falsifica a natureza. E como os animais vivem em nossa vizinhança e nós já
falsificamos o nosso organismo, as nossas auras e vibrações criam doenças para
os próprios animais domésticos.
Quer dizer, a nossa
inteligência não foi um benefício universal para a humanidade. Deu muitas
vantagens unilaterais, mas, não melhorou universalmente o organismo humano. Em
muitos pontos, a inteligência nos piorou... nos piorou no sexo, na
possessividade, nos piorou na agressividade, nos piorou nas doenças, nas
enfermidades. Porque nós só melhoramos da cabeça, do pescoço para cima. Só este
pedacinho é melhor do que os animais. O resto ficou tudo pior.
Bem, agora vamos a outra
teoria. Aliás, nem é uma teoria, é uma hipótese científica. Pseudocientífica,
talvez. A hipótese científica diz: “O homem não veio de Deus, nem o seu
espírito, nem o seu corpo. O homem veio integralmente do animal. O animal
através de milhares e milhões de anos se foi aperfeiçoando, mas no princípio, nós
éramos simples animais. Nada mais, nada de inteligência. Pouco a pouco,
criamos, transformamos o instinto em inteligência, muito primitiva. Do tempo
dos trogloditas, aí não havia muita diferença entre instinto e inteligência.
Pouco a pouco a nossa inteligência foi aperfeiçoando, porque via vantagem de
seu aperfeiçoamento. Porque é vantajoso, a gente ser inteligente, porque pode
derrotar os outros, pode explorar os outros, e quem não tem muita inteligência
não tem muita capacidade para exploração e para se apoderar das coisas dos
outros. Então, o homem aperfeiçoa a sua inteligência porque viu a necessidade
de derrotar seus colegas mais atrasados”.
Assim, os darwinistas explicam
o crescimento paulatino da inteligência até hoje. Nós usamos a inteligência quase
exclusivamente para derrotarmos os outros, para criarmos soberanias sobre os
outros e para nos apoderarmos das coisas que são dos outros. Ganância e egoísmo
são as molas reais da nossa inteligência, até hoje. Legalmente organizado,
porque a lei não exige uma exploração indefinida, mas controla a exploração
dentro de certo limite. A lei põe certos limites. Você pode fazer isto com sua
inteligência, mas não pode fazer aquilo. Quer dizer, a lei é o freio legal para
a exploração, para o egoísmo e para a ganância, mas ela permite muitas coisas
que para o animal não seria permitido.
Mas, o argumento principal
contra a teoria darwinista é o seguinte: O darwinismo científico diz: o
homem foi causado pelo animal. O homem é um efeito e o animal é a causa,
porque a ciência darwinista não aceita nada fora das leis físicas. Não aceita
creação, só aceita evolução. A creação é um mito para eles. A creação é uma
crença, mas não é uma ciência, que se pode provar. Então, o principal argumento
que nós aduzimos contra o darwinismo científico é o seguinte: ele é contra a
lógica e contra a matemática. Não vamos falar de religião, porque isto é
perigoso. Porque eles não aceitam tal coisa como a religião, mas, ninguém pode
deixar de aceitar a lógica e a matemática. Todos têm que viver dentro da lógica
e dentro da matemática.
E a lógica e a matemática dizem
o seguinte: Nenhum efeito pode ser maior que sua causa. Isto é tese
absolutamente certa da matemática. Não há efeito maior que sua causa. A lógica
é a mesma coisa que a matemática. Matemática e lógica são a mesma coisa.
Podemos usar uma palavra pela outra. Não há nenhum efeito maior que sua causa.
Se a causa é 10, o efeito não pode ser maior que 10. Se a causa é 20, o efeito
não pode ser maior que 20. Pode ser menor, mas não pode ser maior. Se a causa é
50, o efeito não pode ser maior que 50. Isto é pura matemática. Pura lógica.
E agora? Todo mundo admite que
o homem é mais perfeito que o animal, principalmente por causa da inteligência.
Não tanto no corpo, mas na inteligência. E os darwinistas também admitem que
eles, os darwinistas são mais inteligentes que qualquer animal. Isto ninguém
nega, porque nenhum animal ainda conseguiu fazer o que nós temos feito pela
inteligência. Nenhum animal do mundo nunca vai fazer isto.
Agora, vamos dar ao homem
perfeição 100 e vamos dar ao mais perfeito dos animais, perfeição 50. Os
números são arbitrários, mas vamos fazer este jogo, então vamos dizer que o
homem é na média, perfeito grau 100. e o mais perfeito dos animais, com
instinto apurado, não é mais que 50, porque ele não está na altura da nossa
inteligência. Nenhum animal. Nunca existiu. E agora? Estamos fora da matemática
porque estabelecemos um efeito 100 e uma causa 50. Se aceitamos que o homem é o
efeito e o animal é a causa.
2a
parte
Potencialidade.
Que é potencialidade? No animal existia a potencialidade de produzir o homem e
através de milhões e milhões de anos, a potencialidade animal que era 50 vamos
dizer, desenvolveu-se na potencialidade hominal 100. Quer dizer, a potencialidade
pequena produziu uma potencialidade grande. Isto está nos livros escolares,
está nos livros dos colégios, está nos livros de universidades; que pela
potencialidade, uma potencialidade pequena se pode desenvolver para uma
potencialidade grande através de longos períodos evolutivos. Não vai tão
depressa. E quase todo mundo científico aceitou esta camuflagem. É uma
camuflagem. Por que uma camuflagem? Porque nunca uma potencialidade maior está
dentro de uma potencialidade menor.
Isto é a morte da lógica e a
morte da matemática, aceitar isto. O maior nunca cabe no menor. Nunca se viu
isto no mundo inteiro. Se vocês têm um recipiente de 1 litro, e ao lado tem uma
tonelada que são 1000 litros, eu quero ver de que modo vocês vão pôr a tonelada
de água dentro dum litro. Mas, o litro não pode expandir-se para caber 1000
litros. Mas, os darwinistas admitem isto. A potencialidade animal era apenas,
vamos dizer, como se fosse 1 litro, e a potencialidade do homem é agora 1000
litros, uma tonelada. E como é que a tonelada veio do litro? Nunca ninguém
explicou isto.
Não adianta recorrer a palavras
misteriosas, evolução, potencialidade, porque são camuflagens. Na realidade não
existe tal possibilidade. Uma vez eu expliquei isto. E um aluno muito
inteligente, foi lá nos Estados Unidos, em Washington, onde eu dava aulas na
universidade. E o aluno disse: Escute, Professor, o senhor diz que, uma
causa menor não pode produzir um efeito maior. O animal que é uma causa
menor não podia produzir o homem que é um efeito maior, mas eu provo, que
uma causa menor pode produzir o homem que é um efeito maior. E todo mundo
ficou atento a ver como ele me ia refutar.
Ele disse: “Aí tem um
coqueiro de 20 m de altura, qual foi a causa deste coqueiro? Foi um coquinho
pequenino assim, desse tamanho. Aí está uma causa muito pequenina assim, e
durante muitos anos ele deu este coqueiro. Ninguém pode negar que um coqueiro é
maior do que um coco. E uma nogueira é maior do que uma noz. E até que um pé de
milho é maior do que um grão de milho. Todo mundo sabe disto. Então está
provado que uma causa menor pode produzir um efeito maior. Isto aconteceu na
humanidade. O coco é semelhante, comparável ao animal e o homem é comparável ao
coqueiro. Por que isto não pode ser? A natureza faz isto todos os dias. Por que
ela não fez isto com o homem?”
Todo
mundo ficou estupefato, porque eles me julgaram completamente derrotado. Eu
disse: “Escute, você faça o favor de pegar o seu coco e colocar aqui na
mesa, e espere 100 anos para ver se dá coqueiro. Não vai dar.. Ué! Mas se a
causa está aqui por que não aparece o efeito?” Ele não sabia o que
responder. Eu disse: “Não é verdade que o coco é a causa do coqueiro. Não é verdade, é pura
ilusão. Porque se isto for verdade, você podia pôr o coquinho lá na mesa e depois
de algum tempo dava um coqueiro. É claro que nunca dá coqueiro. Nunca, nunca
vai dar. Falta o principal. A coisa secundaria está aqui. A coisa principal não
está aqui.” Então eu expliquei: “Qualquer semente, seja um coco, seja uma noz, seja um
grão de milho, seja um grão de arroz ou feijão são condições mas não são causas
de planta.”
Pela
primeira vez eles ouviam isto. A semente não é causa da futura planta. Ela é
uma condição, mas não uma causa. E quiseram saber o que era condição. Vamos
dizer, condição é uma espécie de canal. E causa é uma fonte. Se você tem canais
e não tem fonte, nunca vai ter água nos canais. Porque nós não podemos fabricar
água. O melhor dos engenheiros não pode fabricar uma fonte. A natureza faz as
fontes. Os engenheiros fazem os canais, mas, se o engenheiro não tem uma fonte,
não adianta fazer encanamentos, nem de ouro; não vai produzir água. Nós vamos
ter encanamentos eternamente vazios.
Então, a
semente, seja coco, seja outra coisa,
são canais , são encanamentos da natureza, ou condições como nós dizemos na
filosofia. Condição é um canal, causa é uma fonte. E agora, onde está a causa
do coqueiro? Se o coco é apenas uma condição, um canal, um veículo, e onde é
que está a fonte? Eu disse: -Você tira este coco da mesa e põe no fundo da
terra úmida. E daí algum tempo, vai aparecer um coqueiro. E vai ficar grande. E
o que aconteceu? Na terra ele está em contato com as infinitas potências da
natureza, que são água e luz. Água e luz são causa de uma planta. Se uma
semente não tem umidade, água, vai secar e morrer. Se só tem água, mas não tem
sol, vai apodrecer. Sem água e com sol vai ficar seca, e com água sem sol vai
apodrecer. Mas, se ele tem duas coisas, água da terra e sol do espaço, então
ele tem as causas necessárias para dar um coqueiro.
Aqui tem duas
causas. Água e luz, sempre são necessárias para qualquer planta. Não existe
possibilidade de crescimento. Podia ser inicial, mas por muito tempo, não. Por
100 anos não dá. Então precisamos das causas que são as potências da natureza.
Água e sol são causas cósmicas que produzem a planta, mas, precisam dum canal.
Precisam duma condição que é a semente. Se não existe semente, água e luz não
produzem a planta, mas, se existe a semente e ao mesmo tempo água e luz, então
aparece a planta.
Eu disse: - O
senhor está enganado pensando que a semente seja a causa da planta. A semente é
uma condição. Condição é um fator externo. Causa é um fator interno. Sem o
fator interno, causa, a condição externa, semente não funciona. Isto acontece
em toda natureza. O ovo e uma ave -parece que o ovo é a causa da ave. Parece,
mas não é verdade. Se vocês têm um ovo, um ovo fecundado e põem um ovo aqui na
mesa, vai sair um pintinho? Nunca vai sair pintinho deste ovo. Mas, se o ovo é
a causa do pintinho e da ave, porque não sai? Falta a causa. Está aqui a
condição, não está aqui a causa. E a condição, o que é? Água e luz.
Vocês vão a
uma incubadeira elétrica por aí, nas granjas, que produzem milhares e milhões
de pintinhos. O que está nesta incubadeira das granjas? Água e calor. Eles põem
luz elétrica lá dentro, mantêm uma temperatura de 39o mais ou menos.
Eu já fiz isto quando eu tinha sítio lá no Rio de Janeiro, antigamente. Eu fiz
uma incubadeira muito pequena, para uma dúzia de ovos. E os caipiras diziam: - Imaginem!
Este homem quer produzir pintinhos, sem choca. Faz uma caixa e diz que vai
produzir pintinhos numa caixa.
– Esperem
21 dias porque um ovo precisa de 21 dias para produzir. Eu pus luz elétrica
de 39o lá dentro, permanente, e água. É importante água, sem água
não dá. Morre tudo, porque a casca do ovo é porosa. Ela absorve a umidade do ar
para não ressecar o germe que está dentro do ovo. Se não tem água resseca,
morre o germe e não dá nada. Vocês põem uma tigela de água na incubadeira;
basta uma tigela ou um pano úmido, renovando cada dia a umidade, e mantendo a
temperatura de 39o permanente. Calor e água, em 21 dias, qualquer
ovo galado sai um pintinho vivo; mas, a causa foi, a umidade e o calor. E a
condição foi o ovo. Em toda natureza é assim.
É preciso que
haja duas coisas. A causa e a condição. A causa funciona através da condição,
como a fonte funciona através dos encanamentos. Se há só encanamento, nunca vai
dar água. Pode haver água sem encanamento, mas encanamento sem fonte não dá
nada. A causa, às vezes, funciona mesmo sem condições, em casos fora da
natureza, mas, não dentro da natureza.
Então,
aplicando isto ao nosso caso. O animal pode ser uma condição para o
aparecimento do homem. Pode ser um canal, pode ser um veículo. O animal não
pode ser uma causa, porque no homem há
uma coisa que o animal não tem. Inteligência. Nenhum instinto se desenvolve,
inteligência por si só. Se, para além das potencialidades do animal e do homem,
para além dos 50 do animal e dos 100 do homem, não existe uma potência para
canalizar as potencialidades do animal 50 e as potencialidades do homem 100;
isto não funciona. Portanto, potencialidade sem potência não existe.
Onde está a
potência? A potência não está no animal, a potência também não está no homem. A
potência está no infinito. A potência é a alma do universo. Spinoza chama isto
a alma do Universo. A alma do Universo produz os corpos do
Universo. A alma produz planta, a alma produz animais. A alma do Universo produz
homens, mas, se não existe esta fonte, esta potência que alguns chamam alma
do Universo e que as religiões chamam Deus, mas, no sentido verdadeiro. Não
no Deus pessoa. Não no Deus papai-noel. Este não vai produzir nada. Mas, se
existe a potência da natureza que é infinitamente grande (a potência da natureza,
a alma do Universo é infinita), ela pode produzir qualquer creatura,
servindo-se de potencialidade menor para canalizar potencialidades maiores.
Esta é a única
explicação. E agora já não estamos na ciência. Se eu falo de evolução, estamos
na ciência. Se eu passo da evolução para a creação, estamos fora da ciência,
porque a ciência não sabe nada de creação. De criação, ela sabe, mas não sabe
nada de creação.
Eu sei que a nossa ortografia
oficial aboliu a palavra creação, que é palavra latina e substitui pela palavra
criação que é um neologismo moderno; mas, na filosofia nós temos que introduzir
outra vez a palavra creação. Creação é a
transição do infinito para o finito. Isto é creação. Criação é evolução. A
transição de um finito para outro finito se chama evolução. Geralmente de um
finito menor para um finito maior...Isto é evolução. Que também se pode chamar
criação, mas, não creação. Não dá. É uma diferença infinita entre creação e evolução.
Evolução é a transição de uma criatura finita para outra criatura finita,
talvez maior. Isto é evolução, mas, creação é a transição do creador para a
creatura. Quer dizer creador, creatura é linha vertical. Uma linha horizontal é
evolução, de uma creatura para outra creatura.
Então, na filosofia, nós temos que distinguir nitidamente
crear e criar. Eu uso geralmente a
palavra evolução, em vez de criação. Porque assim não há confusão. Mas, como a
nossa ortografia foi feita para escola de alfabetização, porque metade do
Brasil, é analfabeta; é claro que os poderes públicos deviam fazer o possível
para alfabetizar os analfabetos e para dificultar o menos possível. Se nós
exigimos dum analfabeto alfabetizando, que faça distinção entre crear e criar,
ele entra na confusão. Porque ele diz: isto puxa muito pela idéia, como
pensa o caipira. “Isto puxa muito pela idéia”.
Vamos
escrever tudo igual, isto é para facilitar a alfabetização, é claro, é justo.
Fizeram muito bem. Mas, nós não podemos introduzir isto na zona Universitária,
onde nós temos que fazer nítida distinção entre uma idéia e outra idéia. Entre
a idéia vertical → horizontal que é
creação, e outra idéia, horizontal →
horizontal, que é evolução.
A
ciência só conhece evolução. A filosofia conhece evolução e creação. A única
explicação exata que nós podemos dar da origem do homem é afirmar creação e
evolução junta. A teologia não gosta muito da palavra evolução. Termo assim
meio materialista, tal e qual. Então, a teologia insiste na creação. O homem
foi creado... e não tem nada de evolução. A ciência não gosta da creação, mas
gosta muito da evolução. Eles dizem: “nós somos evolucionistas”.
Nós
na filosofia, não podemos ficar, só com a teologia da creação, nem só com a
ciência da evolução. Nós temos que fazer a síntese entre creação e evolução. É
a única coisa certa que temos que fazer. Na filosofia, nós dizemos: “É
evidente que todo o finito veio do infinito, isto ninguém pode negar. O finito
não começou com o finito. O finito começou com o infinito. O finito é uma
manifestação parcial do infinito. Isto é lógico. Isto é matemático”.
O primeiro passo da filosofia então é: o
início do homem é creação. Agora, a evolução do homem é outra coisa. Depois de
creado ele continua na evolução. Evolução é uma continuação ascensional.
Creação é um princípio. Filosofia necessita de duas coisas: A transição do
infinito para o finito e o aperfeiçoamento do finito menor para um finito
maior. Com estas duas bases nós podemos aceitar perfeitamente a origem do homem
como de todas as coisas, aliás, não só do homem, é do infinito. A fonte está no
infinito. Os canais estão no finito, os canais são a evolução; a fonte é a
creação.
Juntando creação com
evolução nós podemos defender perfeitamente a origem do homem. Todo finito veio
do infinito, mas, todos os finitos fluem através de outros finitos. Assim é
evidente que o nosso corpo fluiu através de outros corpos orgânicos. Finito
para um finito maior. Mas, seja qual for o organismo, seja qual for a creatura,
toda creatura finita necessita duma fonte; porque, se eu não tenho fonte e
apenas canais, os canais não funcionam. Serão eternamente vazios. Eu preciso
tanto duma fonte infinita, como também de canais finitos.
* * *
TRANSCRIÇÃO DA AULA 15 - Acrobacia mental
CURSO NOVA HUMANIDADE
Huberto Rohden
Aula 15: Acrobacia mental
16/08/1977
Vamos subir
todos à estratosfera do pensamento.
Vocês estão
prontos para voar alto? Preparem-se, com suas máscaras de oxigênio, que lá tem
pouco ar.
A coisa mais difícil em toda
filosofia, sobretudo na filosofia Univérsica, é uma coisa ou duas. Ver a
unidade em toda a pluralidade. É um problema. Ver o monismo absoluto no
pluralismo relativo. Vamos dizer assim: ver o monismo, a unidade, monos quer
dizer um em grego. Monismo é unidade. Ver a essência única nas existências
múltiplas. Se alguém é capaz disto, que é a maior acrobacia mental que se pode
imaginar; quem não consegue isto vai rastejando eternamente e ciscando aí como
as galinhas, mas não vai voar como as águias. Pode ciscar no galinheiro mas não
vai voar. Mas se alguém consegue compreender a unidade em toda a pluralidade,
ou o monismo absoluto, como nós diríamos, então todo o resto é café pequeno.
Todo o resto é fácil na filosofia , mas isto é realmente difícil.
Então, eu estou usando desenhos para
concretizar um pouco esta coisa abstrata, que a realidade é terrivelmente
abstrata. As facticidades são concretas. Mas nós estamos habituados as
facticidades, aos fatos. Os sentidos só percebem os fatos. A inteligência só
analisa os fatos. Mas nós não podemos chegar à realidade, pelos sentidos, nem
pela inteligência. Como é que vamos chegar lá? Só pela intuição. Mas a intuição
não está desenvolvida na maior parte das pessoas. A intuição existe em cada um
de nós, mas é uma criança nascitura, que ainda não nasceu. É uma criança em
gestação. É preciso fazer nascer esta criança da intuição cósmica.
Bem, pela meditação a gente favorece
um pouco o nascimento desta criancinha em gestação: a intuição cósmica. Somente
pela intuição cósmica vocês podem ver a unidade da essência na pluralidade de
todas as existências. É fácil dizer isto, mas não é fácil realizar.
Então, eu fiz
estes desenhos aqui. Aqui, jogando com a cruz e o círculo. Vamos usar a cruz
como essência e vamos usar o círculo como existência. Aqui fiz o diagrama do
monismo. Aqui há uma única essência e uma porção de existências ao redor. Isto
é a essência, a unidade. E isto são as existências, as pluralidades, em
diversas cores. Aqui tem uma existência muito pequena, aqui uma maior, maior...
isto são as creaturas. Isto é o creador. Isto são as existências finitas, isto
é a essência infinita.
É fácil dizer isto, mas não é fácil
ter a experiência, porque os nossos sentidos não sabem nada da essência. Para
os nossos sentidos a essência é um puro nada, quando é a própria realidade. Os
nossos sentidos não podem perceber a realidade, a essência. Os nossos sentidos
só percebem as existências, as facticidades, as coisas concretas. Pelos
sentidos nós só percebemos coisas
concretas. Mesmo pela inteligência nós não chegamos até lá.
Ela
pára a meio caminho, vai mais longe do que os sentidos, mas ela não vai até o
fim, porque ela está baseada nos sentidos. Não há inteligência onde não há
sentidos. Toda inteligência está baseada nos 5 sentidos. Então, quando nós só
trabalhamos com a inteligência e com os 5 sentidos, nós nada sabemos da
realidade. Nós confundimos as facticidades com a realidade e dizemos que isto é
real, aquilo é real. Tudo isto é bobagem. Na filosofia isto é heresia pura. Nós não sabemos nada da
realidade. A não ser por uma intuição cósmica. A intuição cósmica vai
infinitamente além dos sentidos, e além da mente.
Além dos sentidos e além da mente
começa a funcionar a intuição cósmica que sabe da realidade. Na mística
se chama a Realidade, Deus. E esta experiência se chama consciência cósmica.
A intuição, que chamamos na filosofia, em termos religiosos se chama isto
consciência cósmica. Mas a consciência cósmica não é dos sentidos, e não é da
inteligência, e vocês nunca vão chegar até a consciência cósmica pelos
sentidos, nem pela inteligência. Só esvaziando-se completamente do conteúdo dos
sentidos e também do conteúdo da mente. Sentidos e pensamentos ultrapassados,
aí vocês vão ter experiência da realidade, antes, não.
Agora fiz outros desenhos aqui. Aqui em cima pus a
realidade (essência) isolada, mas isto de fato não existe. Não existe nenhuma
essência sem existência. Aqui eu pus a existência isolada. Também não existe.
Isto é pura fantasia.
Vocês imaginem
agora, esta cruz preta, a essência, a realidade, a Divindade, praticamente,
Brahman Tao yahve, isto é a realidade. Mas
isto não é objeto dos sentidos. Isto é da intuição cósmica. Isto é da
experiência mística, dizem os outros. Mas é a mesma coisa. Nós nada sabemos de Deus a não ser pela
experiência mística, ou pela intuição cósmica. O que nós sabemos é isto aqui.
São as existências. Muitas existências. As existências são milhões e milhões.
Tem existências no mundo mineral, no mundo vegetal, no mundo animal e há
existências no mundo hominal. Tudo isto é existência, existencialidade. Isto
nós vemos todos os dias (a existência). Mas, a existência não existe neste
vácuo aqui . A existência só existe assim, com a essência dentro. Porque eu pus
uma essência tão pequenina lá dentro? É para dizer que nós não temos
consciência disto. Por isso eu pus tão pequenino, quase invisível.
Nós temos
consciência só disto. Os sentidos nos falam disto e a inteligência analisa isto (as
existências). Existências minerais, existências vegetais, existências animais,
existências hominais são objetos dos sentidos e da nossa mente, mas, disto nós
não temos consciência. A não ser pela intuição cósmica ou experiência mística,
mas existe. Dentro de cada existência está a essência. Em outras palavras,
dentro de cada creatura está o creador. Isto é uma creatura. Isto é o creador,
mas para mim este creador é inconsciente.
Há poucos
anos atrás eu tive lá no antigo sítio, ainda estava na beira da estrada, não lá
onde está o Ashram agora, quando ainda era meu o sítio, eu não tinha dado para
a Alvorada. Eu tive a visita de 2 estudantes luteranos dos Estados Unidos, que
estudavam em Campinas que fica perto. Estudavam teologia para converter o
Brasil. E foram visitar-me lá no meu sítio. E falamos muito em filosofia. E
chegamos também a isto, que Deus está presente em todas as creaturas.
-O que?
Disseram os dois, Deus está presente nas creaturas? Deus está no céu.
Deus não está aqui não. Eram completamente ignorantes em matéria de filosofia.
E acham que Deus mora do outro lado da via Láctea, e nunca esteve aqui e não
está presente na terra, segundo eles.
Eu disse:- Mas
Deus está onipresente, Deus é isto aqui. Está onipresente em qualquer lugar e
em qualquer creatura.
-Em qualquer
creatura? Ele pegou uma flor e disse: Deus está nesta flor?
-Está.
-Mas que
bobagem, como é que Deus pode caber numa flor assim.Outro pegou uma pedra e
disse:
-Deus está
dentro desta pedra? Eu disse:
-Sim senhor.
-Mas que
heresia! Dizer que Deus está dentro de uma pedra. Quebrando a pedra a gente não
vai achar Deus.
Eles disseram
tanta bobagem! Lá da teologia dogmática deles; eles estavam habituados a uma
certa teologia muita atrasada, muito medieval. Então, alguém disse:
-E o Sr. acha
que Deus também está presente nesta aranha que está aí?
-Também está.
-Imagine, que
blasfêmia dizer que Deus está numa aranha. E Deus está nesta barata aqui?
-Está.
-Outra blasfêmia! e Deus está até no
inferno?.
-Também está.
-Meu Deus, agora acabou tudo. E
Deus está no Diabo também?
-Está em tudo. Se ele está onipresente, não pode estar
ausente de nenhum lugar. Vocês admitem onipresença de Deus ou não?
-Admitimos.
-Está bem, em
palavras, vocês admitem. Na realidade vocês negam. Porque se Deus está ausente
desta pedra, já tem um buraco lá, um buraco da presença dele. Está esburacada a
presença dele. E se Deus está ausente duma barata, ausente duma aranha e
ausente duma galinha e ausente de um porco, então Deus não está onipresente.
Porque vocês estão dizendo que está onipresente.
Eles não
podiam compreender o monismo absoluto, a onipresença da essência na pluralidade
das existências. É difícil para o analfabeto filosófico. E, por natureza todos
nós somos filosoficamente analfabetos, embora sejamos doutores nisto, doutores
naquilo. Eles nunca chegaram a compreender que Deus podia estar presente em qualquer creatura. Eles
pensam que a gente quebrando aquela creatura devia achar Deus lá dentro. Está
encaixado lá dentro, eles pensam. Mas isto não é verdade.
Eu fui além
com estes dois estudantes de teologia luterana lá de Campinas. Disse:
-Eu vou dizer mais
ainda. Deus não está presente na pedra. Deus é a própria pedra, em forma de
pedra.
-Mas isto,
disseram, é panteísmo puro.
É pena que naquele tempo eu não tinha ainda o livro
de Joel Goldsmith. “A arte de curar pelo espírito”. Leiam com atenção para ver
quanto ele insiste na unidade da realidade. O poder único, ele chama aquilo. E
ele curou todos os doentes durante trinta e tantos anos pela consciência da
presença de Deus em tudo. Em tudo, não só em nós. Também nas plantas, também
nas pedras. Então, Joel Goldsmith em seu livro diz:
Eu tomo
nas mãos uma planta e digo, isto é Deus, com aparências de planta. Eu tomo na
mão uma pedra e digo, isto é Deus em forma duma pedra. A essência é Deus, a
existência é pedra. A essência é Deus e a existência é uma planta. Em mim, a
essência é Deus e a existência é esta pessoa humana.
Isto
Goldsmith diz lá no seu livro. É um ótimo tratado de filosofia monista, este
livro de Joel Goldsmith; porque ele tem
uma certeza absoluta da onipresença de Deus. Seja aonde for, a essência está
presente em todas as existências.
Nós não
devíamos dizer, a essência está presente em todas as existências. Nós devíamos
dizer, todas as existências são a própria essência. Isto estaria certo. Todas
as existências, todas as creaturas são a própria essência divina, mas não é
visível para nós. Então eu fiz estes desenhos.
Aqui há uma
existência, uma creatura visível e para nós, isto aqui é invisível. Aqui eu fiz
a mesma creatura e com uma consciência muito grande. Aqui alguém já descobriu
que a essência que estava latente está manifesta aqui. Isto é uma transição da
ignorância para a sapiência. Se alguém chega a este ponto de poder dizer; “eu vejo Deus, dentro desta creatura. Eu
vejo a essência divina dentro da existência
duma pedra. Eu vejo a essência divina na existência duma planta. Eu vejo
a essência divina na existência dum animal. Eu vejo a essência divina na
existência dum homem”, já entrou num monismo absoluto.
Foi o grande
privilégio de Francisco de Assis. Nunca estudou filosofia, no século XIII. Mas
ele por natureza tinha uma intuição cósmica. Eu não sei como alguns homens são
tão felizes e vêem Deus em tudo. Vêem Deus numa planta, vêem Deus num peixinho,
vêem Deus num passarinho, vêem Deus em tudo. Até no irmão lobo, como ele dizia.
Até na morte. Em tudo. No sol e na lua, em tudo. Eles têm uma visão cósmica.
Eles vêem através dos invólucros existenciais e enxergam a realidade essencial.
É
interessante. Alguns são tão felizes como Francisco de Assis e muitos outros
que já nascem com uma tremenda facilidade de intuição cósmica. Eles vêem os
invólucros duma pedra, mas não dizem que isto é uma pedra. Eles dizem, isto é
Deus em forma duma pedra. Depois eles vêem uma flor e dizem, isto não é uma
flor, isto é Deus em forma duma flor. E vêem um passarinho e dizem isto é Deus,
em forma dum passarinho. E vêem um peixinho e dizem, isto é Deus em forma de um
peixe.
Por isso Francisco
de Assis falava com os passarinhos. E os passarinhos o entendiam. Os peixes o
entendiam. E uma vez falou com o irmão lobo que estava matando ovelhas, lá
embaixo. E disseram: estes lobos estão matando todas as ovelhas aqui
embaixo, Francisco, pode matar este lobo?
“Matar?”
Ele disse, “não vão matar o lobo, não. Vou falar com ele, que ele não faça
estas bobagens. Deixe-me subir o morro onde ele mora. Ele deve morar lá em cima
do morro numa caverna”. Disseram, “você não leva arma consigo nem nada?”
“Não, não, Deus está lá e Deus está nele e Deus está em mim, chega”. E
Francisco de Assis foi subindo o morro, dizendo, “irmão lobo, onde é que tu
moras?” Nada de resposta. Finalmente chegou diante de uma caverna e disse: “irmão
lobo, parece que tu moras aqui”.
Saiu da
caverna. “Uh!” Ficou diante de Francisco de Assis, olhou para ele e
Francisco de Assis disse:
- “Irmão lobo, eu vi dizer muitas maldades de
você. Você está matando as ovelhas da gente lá embaixo. Olha há tantos animais
selvagens aqui no mato que não fazem falta a ninguém, por que você não caça
estes animais. Por que você tem que apanhar as ovelhas lá embaixo, que estão
encurralados e podem apanhar facilmente, faça um pouco mais de trabalho e vá
caçar uma coisa aqui no mato”.
E irmão lobo
fez “Uh!” E foi-se embora. E desde então ele nunca mais matou nada.
Muitos dizem
que isto é uma fabula. Isto é pura
realidade. Para um homem que chegou à consciência cósmica de ver Deus em tudo,
é claro que ele falou com Deus em forma dum lobo. Deus não fazia estas
maldades. A essência não fazia estas coisas, mas a existência do lobo é que
fazia estas coisas que ele não devia fazer. Então ele falou com a existência do
lobo, mas sabia que a essência divina estava nesta existência visível.
Bem, isto nós devíamos pouco a pouco chegar à
visão cósmica, enxergar a realidade ou a essência, ou a Divindade em todas as
facticidades, em todas as existências, em todas as creaturas. Isto seria o
nascimento da nova humanidade.
A nova
humanidade não vai aparecer no 3o milênio. Não tenha a menor
esperança, no 3o milênio, nem no 4o milênio, nem no 10o
milênio, nem no vigésimo milênio, não vai aparecer a nova humanidade. A nova
humanidade é fenômeno individual. E Francisco estava na nova humanidade. Em
Jesus, um dos maiores representantes da nova humanidade. Ele falava a um doente
e o doente não estava mais doente. Ele falava até a um morto de 3 ou 4 dias,
já, Lázaro, e a vida voltava para o morto. Ele curava a qualquer distância
porque para a essência divina não há distâncias.
A distância é
para a existência, Mas a distância não é para a essência. Então eles estavam
todos em consciência cósmica que seria o início da 3a humanidade que
está representada nesta humanidade de hoje em algumas pessoas, como em
Francisco de Assis, como em Jesus, como em muitos outros aí. Isto é um tipo
avançado da humanidade, em indivíduos, mas não como massa. A massa nunca será
da nova humanidade. Eu não creio, não sou tão otimista que possa acreditar que
dentro de mil anos ou dentro de 2000 ou de 10.000 anos estes analfabetos
espirituais, embora doutores em letras, sejam capazes de enxergar Deus em tudo.
Não é fácil. Isto supõe uma evolução de milhões e milhões de anos. E talvez uma
evolução apenas parcial. Não uma evolução total da humanidade. A massa não
passa por evolução rápida. O indivíduo às vezes passa por uma evolução rápida,
mas as grandes massas, milhões e milhões vão com passos mínimos em espaços
máximos.
A evolução
progride um milímetro em mil anos. No
entanto, às vezes até atrasa, em vez de evolução sofremos uma estagnação,
parando, ou uma involução, regredindo. É possível uma evolução para cima, uma
involução para baixo ou uma estagnação no meio. Tudo é possível. E o grosso da
humanidade está na estagnação e muitos estão na involução. E uns poucos estão na evolução. A evolução é
para cima, a involução é para baixo. E a estagnação é no meio... deixa como
está para ver como fica. Parar, não fazer esforço. Não fazer nada.
Outros ficam
piores. Isto é involução e uns poucos têm a coragem de subir porque a subida é
a única coisa difícil. Estagnar não é difícil. Ficar lá parado, deitar-se na
cama e pronto. Involução também não é difícil. Deixar-se cair. A gente cai por
si mesmo, sem nenhum esforço.
Quer dizer, a
involução é o mais fácil de tudo. Estagnação também é fácil. Basta preguiça e
nada mais. Agora vem o 3o de evolução. Evolução é a única subida que existe.
Evolução é sair do plano horizontal para cima e todo mundo sabe que subir é
difícil. Ficar deitado é fácil e deixar-se cair para baixo é facílimo.
De maneira que, há poucos que fazem evolução
para cima. Há muitos que vivem na estagnação e há muitíssimos que vivem na
involução. E o grosso da humanidade é isto. Nós não podemos pensar que o grosso
da humanidade passe da estagnação ou até da involução para a evolução. É muito
otimismo supor isto. Porque a evolução não acontece por si mesmo. Ela só
acontece com esforço próprio.
Tudo que é fácil não é evolução. Fácil, é
somente a estagnação e a involução. São coisas fáceis. O que é difícil é subir.
A evolução é a única coisa difícil. E quem é que gosta das coisas difíceis? É
difícil encontrar uma pessoa que goste das coisas difíceis. Milhões gostam das
coisas fáceis. Um ou dois também tem a coragem de fazer as coisas difíceis. O
fácil é para os covardes. O difícil é para os heróis. Mas será que há muitos
heróis por ai? Há muitos covardes, mas há poucos heróis.
Quantas vezes
eu ouço dizer: “Ah! Mas isto é muito difícil, fazer meditação de meia hora cada
dia e entrar na cosmoconsciência, sair da egoconsciência. Isto é muito
difícil”. Ou como diz o nosso caipira “isto puxa muito pela idéia.”
Mas é claro,
eu digo, se fosse fácil não valeria nada, porque o que é fácil geralmente não
vale nada. O que é difícil é que tem valor. Mas, nós gostamos do fácil. E não
gostamos do difícil, por isso não saímos da horizontal e não subimos para a
vertical, nem sequer para a ascensional. Subir
da horizontal para a vertical são 90o segundo a geometria.
Linha horizontal e a linha vertical são um ângulo reto, 90o , diz a
geometria. Para eu chegar do ponto zero que é a horizontal, para o ponto 90, eu
tenho que passar por muitos intermediários.
Eu tenho que
subir de zero para 1, de 1 para 2, de 3 para 4; porque eu não posso dar um pulo
tão grande de zero para 90. Isto não é possível. Eu posso passar de zero para
1, não é vertical; é ascensional. Eu posso passar de 1 para 2, de 2 para 3, e
posso chegar até 45 que é metade do ângulo reto. Já estou na metade do
caminho vertical, mas ainda não estou na
vertical. Ainda estou numa linha ascensional. Já é evolução, mas ainda não é
verticalidade. E se eu continuasse a subir...esforço e mais esforço... até ficar na vertical... uma linha vertical, então eu estaria seguro.
2a
parte
Enquanto eu
não estou na vertical a prumo, portanto, eu não estou seguro. Enquanto eu estou
na ascensional eu posso recair para horizontal. Se eu estou na horizontal, é
zero e eu quero ir à vertical que é 90, eu tenho que passar tudo isto aqui.
Isto aqui, subindo cada vez um pouco. Mas, cada vez com esforço e cada vez com
perigo de recair. A recaída é fácil. A gente se deixa cair e cai. Quando estou
aqui a recaída ainda é possível.
Quando eu estou na vertical acabou o perigo da
recaída. Porque todo engenheiro sabe, se eu ponho um poste na vertical, não há
perigo de cair. Mas se o poste está meio inclinado ou o edifício de muitos
andares... se eu não ponho bem a prumo, na vertical, o edifício vai cair pouco
a pouco, vira torre de pizza.
Então quando
o indivíduo está aqui, bem na vertical; isto é que nós chamamos iniciação. O
caminho para iniciação é isto aqui. A
iniciação mesmo é aqui, mas enquanto alguém não chegou à iniciação, ele está
sempre em perigo de recair. Sem esforço ele recai, com esforço ele sobe. É
evidente! É pura geometria.
Então, quando
alguém chega aqui na iniciação, então ele vê a essência divina em todas as
existências finitas. Ele vê a essência infinita em todas as existências
finitas, ou em linguagem comum ele vê Deus em todas as creaturas. Nós usamos
esta linguagem de teologia. Dizemos, ele vê o infinito em todos os finitos. O
infinito está presente em todos os finitos, e todos os finitos estão dentro do
infinito. Isto é absolutamente certo. O infinito está presente em todos os
finitos e todos os finitos estão no infinito. Isto é tão certo como 2 vezes 2
são 4. Isto é um fato, é uma realidade, mas isto não é a nossa experiência.
A nossa
experiência é muito vagarosa. A realidade já existe. A presença de Deus é um
fato certo em todas as creaturas, mas até eu enxergar a presença de Deus em
todas as creaturas, quanto tempo eu levo?
Paramahansa
Yogananda, lá no livro dele Autobiografia de um yogue, (ele era um
grande iniciado) diz: “muitos me perguntam quanto tempo eu levo para
chegar à consciência cósmica, ou para intuição cósmica, será que vou alcançar
isto em 50 anos? Em 100 anos, em 200 anos ou em 1000 anos?” E ele respondia
“isto não é questão de tempo, é questão de intensidade e não de tempo”.Porque
o homem comum pensa que ele tem que levar tanto tempo e tantas reencarnações
para alcançar isto. Mas os iniciados sabem que não depende de tempo. Não
depende de 1 século, nem de 2 séculos, nem de 1 milênio. Depende de que? Do
esforço de consciência. Intensificar a consciência leva muito mais do que
esperar mil anos. Daqui a mil anos, quem
não intensifica a consciência não está iniciado, daqui a 1 milhão de anos
também não está iniciado, mas, se ele intensificar a sua consciência ele pode
estar iniciado hoje, amanhã ou daqui a uma semana. Paramahansa Yogananda diz: “
nós podemos fazer em 20 anos aqui na terra o que outros não fazem em 20
séculos”.
Nós podemos
fazer, mas depende da intensidade da consciência. Logo, não é questão de
extensidade. É questão de intensidade. Extensidade é tempo, uma enorme extensão
de séculos ou de milênios. Extenso. Com o extenso nós não podemos alcançar
nada. Com o intenso nós podemos abreviar a nossa evolução por milhares e
milhões de anos. É questão de intensidade. Que quer dizer intensidade? Chegar
até o ponto central da sua própria consciência; porque geralmente nós andamos
na periferia da nossa consciência, e é difícil entrar para o centro. E custa um
esforço muito grande, uma meditação prolongada e intensa para chegar até o
centro do meu ser.
No centro do meu ser eu me encontro com a essência
divina. Na periferia do meu ser eu só me encontro com as minhas existências humanas, cheias de
misérias. Cheia de doenças, de maldades, cheia de doenças de toda espécie. Está
tudo na periferia. Se eu chegasse até o centro, eu não só saberia nada destas
maldades, nem desses males, porque na essência não há maldades e na essência
não há males. Não há doença, também não há morte. Tudo isto, doenças, maldades,
morte, são da periferia, são da existência finita.
As
existências finitas podem ser más, podem ser doentes, podem ser infelizes.
Podem sofrer morte. Tudo isto é da existência. Agora quando alguém chega em
contato com a sua própria essência que está em cada um de nós, adeus. Adeus tudo
isto que me atormentava na existência. E o interessante é que a própria
existência muitas vezes melhora com a consciência da essência.
Por que é que
Jesus nunca esteve doente? Porque a existência humana dele estava permeada pela
consciência da essência divina. E quando alguém está plenamente permeado,
completamente permeado pela luz da essência divina como um cristal é permeado
pela luz, então acabou tudo isto. Por isto ele nunca precisou de médico e nunca
esteve doente, porque a existência humana de Jesus estava permeada pela
consciência da essência divina do seu Cristo.
Com Moisés
aconteceu uma coisa parecida; eu creio que Moisés foi o maior iniciado antes de
Jesus. Moisés viveu 1500 anos antes de
Jesus, no Egito e na Arábia. Nunca se fala numa doença de Moisés. Ele viveu 120
anos. E a Bíblia diz a cada momento que Moisés, quando tinha 80 anos estava em
plena juventude. Como é que está em plena juventude com 80 anos.
Depois antes
de contar o fim de Moisés diz: e Moisés quando tinha 120 anos estava ainda em
plena juventude, e não morreu. Transformou o seu corpo material num corpo
astral. E o corpo astral se vai embora, não se vê. Isto é sinal de grande
iniciação e de grande consciência cósmica. Mas isto supõe intensidade,
intensificação da consciência. Com a nossa consciência extensa, mas não
intensa, porque nós temos uma consciência extensa pelos sentidos e pela
inteligência, mas não temos uma consciência intensificada pelo espírito.
Se nós conseguíssemos
intensificar a nossa consciência, a nossa essência divina, portanto, porque a
consciência é a essência divina em nós; então, nós viríamos o mundo com outros
olhos. Nós tínhamos mais medo de ser maus do que de sofrer o mal. Hoje em dia
todo mundo tem medo de sofrer males mas não tem muito medo de ser mau.
Uma vez eu
encontrei um homem que parece que já estava iniciado. Ele me contou: Olhe
esta noite eu fui roubado, um ladrão arrombou a minha porta e roubou tudo que
eu tinha em casa, mas quem saiu pior foi ele. Eu disse: “Por que ele saiu
pior?” Ele disse: “Porque ele roubou, eu só fui roubado.
Bem, quem
pode falar assim já deve estar perto da iniciação. Ele roubou e eu só fui
roubado. Roubar é ser mau. Ser roubado é apenas sofrer o mal. Mas ser mau é
muito pior do que sofrer o mal; para quem tem intuição cósmica, não para os
outros. Para o homem comum sofrer o mal é muito pior do que ser mau. Isto é
muito atraso e muito analfabetismo espiritual, é claro. Mas, o grosso da
humanidade pensa assim. É melhor ser mau do que sofrer males, mas, os
iniciados, dizem, que ser mau é muito pior do que ser vítima de males.
Bem, quer
dizer, nós estamos sempre num jogo de duas coisas: essência e existência, a
realidade invisível e as facticidades visíveis. O infinito invisível e os
finitos visíveis. O absoluto eterno e os relativos temporários. Depende o que
vai prevalecer. Vai prevalecer o finito ou infinito em nós. Aqui eu fiz
prevalecer o infinito. O infinito aqui ultrapassou as linhas do finito. Porque
a linha vermelha aqui é o finito e a linha preta a cruz preta é o infinito.
Aqui o infinito está muito pequenino e o finito é muito grande. Quer dizer aqui
o homem ainda não chegou à consciência da sua realidade. Ele ainda não
descobriu a sua verdadeira essência, ele apenas enxerga a sua existência.
Isto
aqui é um pequeno esforço de consciência
e quase zero. Aqui é um grande esforço de consciência porque ele já percebe o
infinito maior do que o seu próprio finito. Isto é progresso espiritual. Isto é
iniciação. Aqui já está iniciado. Quem enxerga o infinito dentro de todos os
finitos já está bem avançado. Não precisa ser dentro de si mesmo. Também pode
ser dentro de outros. Quem enxerga o infinito dentro de qualquer creatura
dentro de uma pedra, dentro de uma planta, dentro dum animal e dentro de seus
companheiros já está com uma visão cósmica. Já ultrapassou a miopia da
egoconsciência e já entrou na visão larga da cosmoconsciência.
Isto depende
do nosso livre arbítreo. Isto não nos vai acontecer. Isto nós temos que fazer.
As outras coisas nos acontecem, sem nosso merecimento nem nossa culpa. Isto não
acontece a ninguém, porque ninguém pode ser iniciado por alguém.
Não acredite
nesta história de iniciação que anda por aí.. Fulano iniciou sicrano. Bobagem.
Ninguém pode iniciar alguém. Ninguém me pode iniciar, e eu não posso iniciar
nenhum de vós. Mas eles pensam que pode. Andam por ai mestres de iniciação. Até
dão livros para ser iniciados. Eu me posso auto-iniciar e cada um de vós se
pode auto-iniciar. Isto pode, está certo. Só existe auto-iniciação. Não existe
alo-iniciação.
O guru pode
mostrar o caminho para o outro. Isto pode. E deve até. Ele pode dizer: olhe
meu amigo, eu não te posso iniciar na consciência cósmica, eu não te posso
iniciar na essência divina isto eu não posso fazer, mas se tu fores por este
caminho que te estou mostrando, tu vais
auto-iniciar-te. No fim tu vais chegar à auto-iniciação. Eu não te posso
iniciar, isto seria um contrabando. O mestre que pensa que pode iniciar
alguém é um contrabandista. Nenhum mestre pode iniciar alguém. O mestre pode mostrar
o caminho para alguém se auto-iniciar.
Jesus mostrou o caminho aos seus discípulos.
Mas não iniciou ninguém. É fantástico, no Evangelho, nunca lemos que Jesus
tenha iniciado um só dos seus discípulos. Nunca. Ele mostrou o caminho do reino
de Deus. “Vai por este caminho e te
iniciarás.” E eles se iniciaram. No dia do Pentecostes quando veio o
Espírito Santo sobre eles, 120 pessoas, diz Lucas nos atos dos apóstolos,
naquela manhã de domingo, foram auto-iniciadas.
Não tinha nenhum guru por aí. 120 pessoas,
homens e mulheres foram auto-iniciadas no Cenáculo de Jerusalém, no dia de
Pentecostes. Por quê? Porque durante 3
anos tinham andado com o maior dos mestres e tinham ouvido o que ele dizia para
a gente se iniciar e tinham cumprido, eles tinham entrado no caminho mostrado
por Jesus, mas, depois eles se auto-iniciaram. Isto cada um de nós pode fazer.
Outros podem mostrar-nos o caminho, mas outros não nos podem iniciar.
A minha
consciência me inicia, se eu intensificar bastante a minha consciência.